
Um prédio comercial localizado na Avenida Marquês de São Vicente, na Barra Funda, zona oeste de São Paulo, foi alvo de um arrastão na manhã desta terça-feira (7). Pelo menos 17 pessoas foram feitas reféns durante o crime, que durou mais de duas horas. Segundo relatos, as vítimas não foram amarradas, mas permaneceram no canto de uma sala comercial e receberam atendimento após a ação.
A Polícia Militar informou que ao menos quatro criminosos participaram do assalto, todos vestidos de preto e usando boné.
O alvo principal do crime foi uma construtora, e fontes indicam que o prejuízo causado ultrapassa R$ 2 milhões. Durante o assalto, os bandidos teriam levado dinheiro em espécie, objetos de valor, uma arma guardada no cofre da empresa e realizado desvios via Pix.
Os criminosos se autodenominavam “La Casa Papel”, referência à série da Netflix, de acordo com relatos dos reféns à Polícia Civil. A entrada no prédio ocorreu às 7h14 com um veículo Renault Sandero branco, utilizado no estacionamento do segundo andar, e a saída foi registrada às 9h44.

Segundo a Polícia Militar, o grupo invadiu o 21º andar do edifício, mas há indícios de que outros andares também possam ter sido acessados pelos assaltantes, que subiram pelas escadas. Circulou a informação de que alguns dos criminosos estavam vestidos como policiais, mas a PM desmentiu inicialmente a versão, e a Polícia Civil ainda investiga se houve uso de distintivos falsos.
A varredura do prédio foi concluída por volta de 12h30, liberando o retorno dos funcionários. O edifício possui 24 andares e está localizado em frente ao Fórum Trabalhista Ruy Barbosa, altura do número 230 da avenida, mesma região onde um pequeno avião caiu no início do ano, causando duas mortes.
Entre os funcionários que presenciaram o assalto, o assistente administrativo Paulo Cesar do Nascimento, de 24 anos, relatou momentos de tensão. “Quando ia pegar o elevador com alguns colegas, demos de cara com policiais do Choque. Eles, então, nos revistaram e nos mandaram descer logo em seguida”, contou ao Estadão.