VÍDEO: “Enviado veio ao Brasil e levou outra visão do país a Trump”, avalia professor

Atualizado em 7 de outubro de 2025 às 23:58
Richard Grenell, enviado especial de Donald Trump, sério, olhando para o lado sem olhar para a câmera
Richard Grenell, enviado especial de Donald Trump – Reprodução

O papel de Richard Grenell, enviado especial do presidente Donald Trump, foi decisivo para aproximar o governo americano do Brasil e facilitar o diálogo direto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A avaliação é do professor de relações internacionais Leonardo Trevisan, da ESPM, em entrevista ao canal UOL. Segundo ele, Grenell levou uma visão mais pragmática sobre o país ao republicano, abrindo espaço para um contato mais equilibrado entre as duas nações.

Trevisan destacou que Grenell, considerado um dos assessores mais influentes de Trump, tem histórico de atuação em negociações sensíveis. Ele citou casos como o da empresa Chevron na Venezuela e as tratativas com a Arábia Saudita.

No início de setembro, o enviado esteve no Brasil e manteve uma longa reunião com o vice-presidente Geraldo Alckmin, no Rio de Janeiro. A missão teria sido determinante para a mudança de percepção do governo americano em relação ao Brasil.

“Trump tem hoje dois interlocutores. De um lado, os grupos aliados a Bolsonaro, e do outro, Grenell, que apresentou uma leitura diferente da realidade brasileira”, afirmou Trevisan. Segundo ele, o enviado conseguiu transmitir a Trump a importância de um relacionamento mais estável com o governo brasileiro.

O especialista também ressaltou que a reaproximação entre os dois países não ocorreu apenas por motivos políticos. A diplomacia brasileira e o setor empresarial tiveram papel importante na reconfiguração do diálogo. Empresários com vínculos comerciais nos Estados Unidos teriam ajudado a reforçar o peso do Brasil nas negociações.

Para Trevisan, a postura americana passou de confronto a aproximação, com reflexos imediatos na retomada das conversas sobre barreiras comerciais. A expectativa é de que a nova fase resulte na retirada de tarifas sobre produtos nacionais e em novos acordos bilaterais.

“O profissionalismo dos diplomatas e a atuação coordenada do empresariado foram fundamentais. Eles buscaram o apoio de companhias norte-americanas e conseguiram abrir portas na Casa Branca. Esse trabalho conjunto mudou o cenário”, concluiu o professor.

Jessica Alexandrino
Jessica Alexandrino é jornalista e trabalha no DCM desde 2022. Sempre gostou muito de escrever e decidiu que profissão queria seguir antes mesmo de ingressar no Ensino Médio. Tem passagens por outros portais de notícias e emissoras de TV, mas nas horas vagas gosta de viajar, assistir novelas e jogar tênis.