
Na terça-feira (8), por meio de post no X, Tabata Amaral detonou o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, por afirmar que o PCC não poderia estar envolvido nas mortes por metanol porque “bebidas não dão tanto lucro quanto a cocaína”. Segundo a deputada, a fala mostra que Derrite “não tem a menor ideia de como o crime organizado opera”. A parlamentar afirmou que o PCC atua como um “conglomerado empresarial do crime”, com lucros bilionários em áreas como drogas, combustíveis e bebidas falsificadas.
A coisa tá feia — e é bem mais grave do que parece.
O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, afirmou que o PCC não poderia estar envolvido com as mortes por metanol porque bebidas não dão tanto lucro quanto a cocaína.
Sim, o homem responsável por comandar a segurança do nosso Estado não tem a menor ideia de como o crime organizado opera.
1/ A coisa tá feia — e é bem mais grave do que parece.
O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, afirmou que o PCC não poderia estar envolvido com as mortes por metanol porque bebidas não dão tanto lucro quanto a cocaína.Sim, o homem responsável por… pic.twitter.com/sEvZ4PB8Vz
— Tabata Amaral (@tabataamaralsp) October 7, 2025
O PCC não é mais uma quadrilha de esquina. É um conglomerado empresarial do crime.
Eles não “migram” de um negócio para outro — mas sim diversificam o portfólio, como qualquer grande grupo econômico.
Atuam ao mesmo tempo em drogas, combustíveis, bebidas, garimpo ilegal e contrabando. Usam e abusam de estelionato digital e lavagem de dinheiro por meio de criptomoedas.
O erro do secretário é grosseiro. Um estudo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostrou que bebidas falsificadas/contrabandeadas moveram R$56,9 bilhões, é o segundo maior mercado explorado pelas facções, atrás só de combustíveis.
Ou seja: bebida falsificada dá lucro, e muito.

O estudo mostra que facções e milícias controlam rotas e distribuidores de bebidas contrabandeadas ou adulteradas, explorando brechas de fiscalização e lavando dinheiro com o produto.
Ainda não é possível afirmar que o PCC está envolvido na crise do metanol.
Mas essa pressa do Tarcísio e do Derrite em negar o envolvimento da facção — antes mesmo de as investigações terminarem — é imprudente, é irracional.
Quem lidera a segurança pública precisa agir com método e evidência.
Talvez esse despreparo explique por que o próprio governo reduziu pela metade o orçamento de combate ao crime organizado para o próximo ano.
Ignorar a economia do crime é a forma mais eficiente de fortalecê-lo.
E, se o governo Tarcísio continuar tratando o PCC apenas como traficantes de drogas, São Paulo vai descobrir, da pior forma, quanto custa essa ignorância.
1/ A coisa tá feia — e é bem mais grave do que parece.
O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, afirmou que o PCC não poderia estar envolvido com as mortes por metanol porque bebidas não dão tanto lucro quanto a cocaína.Sim, o homem responsável por… pic.twitter.com/sEvZ4PB8Vz
— Tabata Amaral (@tabataamaralsp) October 7, 2025