
Ygor Freitas de Andrade, de 28 anos, conhecido como Matuê, foi morto durante uma operação da Polícia Civil nesta quinta-feira (9), na zona oeste do Rio de Janeiro. Apontado como uma das principais lideranças do Comando Vermelho (CV) nas comunidades da Gardênia Azul e Cidade de Deus, ele era considerado um dos criminosos mais procurados do estado.
Sua morte encerra uma trajetória marcada por disputas territoriais, execuções e controle do tráfico na região. Segundo as autoridades, Matuê era o principal articulador da expansão do CV em áreas dominadas por facções rivais.
De acordo com fontes policiais, Matuê era conhecido por seu perfil estratégico e pela habilidade de coordenar operações simultâneas em diferentes comunidades. A ascensão dele começou na Gardênia Azul, onde passou a controlar pontos de venda de drogas e expulsou rivais de suas rotas.
Investigadores afirmam que o traficante mantinha contato direto com lideranças do CV em outras partes do estado e usava a violência como instrumento de poder. Na ficha criminal, acumulava acusações por homicídio, tráfico de drogas, associação criminosa e porte ilegal de armas.
Apesar dos antecedentes, estava em liberdade desde julho de 2019, após ser beneficiado por um indulto judicial, mesmo com mandados de prisão em aberto.
Entre os crimes atribuídos a Matuê está o assassinato do policial civil José Antônio Lourenço, integrante da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), em maio deste ano, na Cidade de Deus. Lourenço foi morto em uma emboscada durante uma operação na comunidade.

Desde então, o nome de Matuê tornou-se prioridade nas investigações da Polícia Civil, que vinha monitorando seus deslocamentos por meio de interceptações e informações de inteligência. “A operação foi resultado de um trabalho minucioso de investigação e planejamento”, afirmou um delegado envolvido na ação, sob condição de anonimato.
A ofensiva que resultou na morte do traficante fez parte da Operação Contenção, criada para frear o avanço do Comando Vermelho na zona oeste. A ação contou com equipes da Subsecretaria de Inteligência (Ssinte), da Core e da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE-CAP).
Segundo o relatório policial, agentes localizaram Matuê ferido em uma área de mangue e mata próxima à Vila do Pan, na Barra da Tijuca. Ele teria reagido à abordagem e acabou morto no confronto.
O cerco envolveu o uso de helicópteros, viaturas blindadas e táticas de isolamento da região para reduzir o risco de feridos entre os moradores. Foram apreendidas armas, munições e equipamentos de comunicação usados pela quadrilha.