Lula já sabia da aposentadoria antecipada de Barroso no STF, afirmam fontes

Atualizado em 10 de outubro de 2025 às 6:25
O presidente Lula e o ministro Luís Roberto Barroso. Foto: Divulgação

O presidente Lula já estava ciente da decisão de Luís Roberto Barroso de antecipar sua aposentadoria do Supremo Tribunal Federal (STF), embora não soubesse que o anúncio seria feito durante a sessão plenária desta quinta-feira. Segundo ministros próximos ao presidente, o tema já vinha sendo tratado reservadamente entre os dois.

Lula esperava que a formalização ocorresse ainda neste semestre, mas foi surpreendido com o momento da divulgação. Os dois haviam agendado uma reunião para quarta-feira (8), que acabou cancelada em razão da votação da Medida Provisória que aumentaria a arrecadação federal e mobilizou a base governista no Congresso.

Barroso relatou, no entanto, que chegou a abordar o assunto com o presidente de maneira informal no fim de semana anterior, durante um show da cantora Maria Bethânia. No discurso de despedida no plenário do STF, ele contou que já havia comunicado a Lula sua intenção de deixar a Corte quando terminasse seu mandato como presidente do tribunal, encerrado em setembro deste ano.

A decisão encerra uma trajetória de mais de doze anos no Supremo e antecipa em quase uma década a aposentadoria compulsória, prevista para 2033, quando completaria 75 anos. Com a saída de Barroso, Lula ganha mais uma oportunidade de indicar um ministro para o STF.

O presidente Lula e o ministro Luís Roberto Barroso. Foto: Divulgação

Essa será a 11ª nomeação do presidente em seus três mandatos, consolidando ainda mais sua influência sobre a composição da Corte. Apesar do número expressivo, o recorde histórico de indicações permanece com Getúlio Vargas, responsável por nomear 21 ministros durante seus governos.

Entre os nomes cotados para suceder Barroso estão o advogado-geral da União, Jorge Messias, considerado o favorito dentro do governo; o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG); o ministro do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas; e o ministro da Controladoria-Geral da União, Vinícius Carvalho. Todos têm bom trânsito político e são vistos como opções que equilibram perfil técnico e alinhamento com o Planalto.

Desde o retorno de Lula à Presidência, o petista já havia indicado dois nomes ao Supremo: Cristiano Zanin, em 2023, e Flávio Dino, em 2024, no lugar de Rosa Weber. Em mandatos anteriores, o presidente nomeou ainda Cezar Peluso, Menezes Direito, Ayres Britto, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Eros Grau, Joaquim Barbosa e Dias Toffoli.

Guilherme Arandas
Guilherme Arandas, 27 anos, atua como redator no DCM desde 2023. É bacharel em Jornalismo e está cursando pós-graduação em Jornalismo Contemporâneo e Digital. Grande entusiasta de cultura pop, tem uma gata chamada Lilly e frequentemente está estressado pelo Corinthians.