A visita do presidente Lula a Imperatriz (MA), na última segunda-feira (7), para a entrega de moradias populares, reuniu diversas lideranças políticas locais. Entre elas, um nome destoou pela filiação partidária: o prefeito de Estreito, Leo Cunha (PL).
Em entrevista, ele contou ter sido “o único do partido presente” e fez questão de levar moradores de sua cidade ao evento. “Arrumei cinco ônibus para o povo participar. Tenho grande admiração pelo presidente Lula e gratidão pela atenção que ele tem dado ao nosso município”, afirmou.
A 125 quilômetros de distância do local da cerimônia, Estreito enviou cerca de 250 pessoas para acompanhar o discurso de Lula. Segundo o prefeito, a iniciativa partiu da própria população. “Temos 18 assentamentos e todos são eleitores do Lula. Vieram me pedir ajuda para agradecer o que o governo federal tem feito, e não poderia negar esse pedido”, explicou.
Apesar de ter apoiado Jair Bolsonaro nas eleições de 2022, Leo Cunha diz que mantém uma relação de respeito e admiração por Lula. “Ele é um homem centrado, sertanejo e simples como eu. Já esperava esse bom governo dele”, comentou.
Mesmo assim, preferiu não se encontrar pessoalmente com o presidente em Imperatriz para evitar desgaste dentro do PL. “Não quis criar situações. Mas postei fotos, vídeos e escrevi sobre o momento histórico que vivemos.”
O prefeito administra uma cidade de 33 mil habitantes no sul do Maranhão, conhecida pela convivência entre eleitores de diferentes espectros políticos. No segundo turno de 2022, Lula venceu no município com 55,42% dos votos. Leo, pecuarista e político de centro-direita, diz que essa pluralidade é a base de sua gestão. “Tenho eleitores dos dois lados. Não sou radical. Sou amigo de todos”, afirmou.
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Sua vice-prefeita, Irenilde Ribeiro, é filiada ao PT. “Sou o único prefeito do Brasil do PL que tem uma vice do PT, e é uma pessoa por quem tenho o maior carinho”, diz Leo. A professora e ex-sindicalista elogia a parceria: “Aqui não criamos radicalismos. Pensamos no que é melhor para o povo, e a população aprovou”.
A filiação de Leo ao PL ocorreu antes da entrada de Bolsonaro no partido. Ele afirma que sua relação política é com o deputado Josimar Maranhãozinho, presidente estadual da sigla. “Sempre acompanhei o Josimar, desde o antigo PR. Aqui, o PL e o PT convivem bem. Não temos essas barreiras nacionais”, observa. Sob o comando de Maranhãozinho, o PL foi o partido que mais elegeu prefeitos no Maranhão em 2024 — foram 40 ao todo.
Leo destaca ainda o apoio recebido do governo federal após o desabamento da ponte Juscelino Kubitschek, em dezembro de 2024, que deixou 14 mortos. “Sete dias depois eu estava em Brasília com o ministro Alexandre Padilha tratando da reconstrução. A obra está sendo feita dia e noite, e será entregue em um ano. Isso mostra a atenção do governo e reforça minha admiração pelo presidente Lula”, disse.
Para o prefeito, a relação republicana com Brasília deve ser exemplo a outros gestores. “Alguns prefeitos do PL têm medo de pedir recursos federais porque o governo é do PT. Eu nunca tive. Sempre fui bem recebido. O importante é cuidar do povo”, afirmou. Questionado sobre em quem pretende votar em 2026, preferiu desconversar: “Não penso nisso agora. O governo federal tem sido parceiro, e o momento é de gratidão.”