MP investiga rachadinha no gabinete de Adrilles Jorge, o ex-BBB que se achava paladino da moral

Atualizado em 10 de outubro de 2025 às 12:28
Adrilles Jorge e Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) abriu investigação para apurar denúncias de rachadinha no gabinete do vereador bolsonarista Adrilles Jorge (União Brasil). Ex-assessores afirmam que eram obrigados a devolver parte dos salários como condição para manter os cargos no gabinete do ex-BBB que sempre se vendeu como paladino da moralidade pública.

Segundo relatos, o valor mensal exigido seria de R$ 1.500, prática que, se confirmada, configura crime de peculato e improbidade administrativa. Um dos ex-funcionários do gabinete, que trabalhou por sete meses, contou à Record que recusou a proposta de repassar parte do salário.

Ele afirmou ter recebido a oferta diretamente do chefe de gabinete, Célio Rodrigues. “Quando ele me ofereceu o cargo, falou que era para eu fazer um pagamento todo mês de R$ 1.500. E aí eu não aceitei, e ele recuou”, disse o ex-assessor, que preferiu não se identificar.

De acordo com o depoimento, outros servidores teriam aceitado devolver parte dos vencimentos, o que teria transformado o esquema em uma rotina dentro do gabinete. O denunciante relatou ainda que, após recusar a proposta, passou a sofrer retaliações internas até pedir demissão.

O gesto associado ao nazismo de Adrilles Jorge que gerou sua demissão da Jovem Pan. Foto: Reprodução

A apuração deve incluir a quebra de sigilos bancário e fiscal de assessores, além da análise de folhas de pagamento e movimentações financeiras para verificar eventuais transferências irregulares. O MP-SP também deve ouvir testemunhas e atuais servidores do gabinete do vereador nos próximos dias.

Adrilles Jorge e seu partido, o União Brasil, ainda não se manifestaram oficialmente sobre o caso. O vereador, que ficou conhecido por participar do Big Brother Brasil em 2021, ganhou fama por declarações extremistas e aproximação com figuras do bolsonarismo.

Ex-comentarista da Jovem Pan, ele foi demitido em 2022 por fazer um gesto associado ao nazismo. A emissora afirmou, na ocasião, ser “contra a perseguição a qualquer grupo por questões étnicas, religiosas, raciais ou sexuais”.

Caique Lima
Caique Lima, 27. Jornalista do DCM desde 2019 e amante de futebol.