Lula celebra resultado de seu governo contra a fome: “Vencendo a maior injustiça”

Atualizado em 10 de outubro de 2025 às 18:11
Presidente Lula carregando uma abóbora e um melão, cercado por hortifrutiganjeiros. Foto: Ricardo Stuckert

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) celebrou nesta sexta-feira (10) os novos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que apontam avanços expressivos no combate à fome no país. Segundo o levantamento divulgado pela Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (Ebia), aplicada na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADc) do quarto trimestre de 2024, o Brasil alcançou o menor índice de insegurança alimentar grave em mais de uma década.

“Estamos vencendo a maior de todas as injustiças: a fome. O IBGE divulgou hoje que voltamos ao menor índice de lares com insegurança alimentar grave no Brasil, empatando com aquele registrado em 2013. Nos últimos dois anos, conseguimos as mesmas vitórias que levamos dez anos para conquistar nos meus dois primeiros mandatos e no mandato da presidenta Dilma Rousseff”, escreveu Lula nas redes sociais.

De acordo com o estudo, a proporção de domicílios em insegurança alimentar grave caiu de 4,1% para 3,2% entre 2023 e 2024, o que representa cerca de dois milhões de pessoas que deixaram a condição de fome em apenas um ano. A melhora foi observada tanto em áreas urbanas quanto rurais, com redução também nos níveis leve e moderado de insegurança alimentar.

Já a parcela de domicílios em situação de segurança alimentar plena subiu de 72,4% para 75,8% no mesmo período, o que equivale a 8,8 milhões de pessoas que agora têm garantido o acesso regular a alimentos.

Lula destacou que, desde o início de sua gestão, 26,5 milhões de brasileiros saíram da condição de insegurança alimentar grave, comparando os dados do IBGE aos números da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Penssan), de 2022.

“Livramos 26,5 milhões de pessoas do mal da fome. É isso que vemos quando comparamos os dados divulgados hoje pelo IBGE com o estudo feito em 2022 pela Rede Penssan, que reúne alguns dos maiores especialistas do tema no Brasil”, afirmou o presidente. Ele acrescentou: “Minha obsessão é que ninguém mais passe fome no país. E não sossegarei enquanto não atingir esse objetivo”.

O petista também defendeu a continuidade das políticas públicas que sustentam essa queda nos índices de fome. “Continuarei cobrando que o Plano Brasil Sem Fome, e as ações a ele ligadas, continuem funcionando a todo vapor. Seguirei defendendo e melhorando o Bolsa Família, a compra e a doação de alimentos pelo governo e o investimento na alimentação escolar e na agricultura familiar”, afirmou.

O plano, que reúne 80 ações e mais de 100 metas, busca ampliar a renda das famílias, fortalecer a agricultura familiar e garantir o acesso a alimentos saudáveis e sustentáveis. Lula reforçou que “não poupará esforços para que o trabalhador tenha mais renda, a desigualdade seja menor e todos os brasileiros possam fazer as três refeições do dia”.

Em julho, o Brasil já havia sido retirado novamente do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), após o índice de prevalência de subalimentação cair para menos de 2,5% da população. Lula participa, na próxima segunda-feira (13), da abertura do Fórum Mundial da Alimentação 2025, em Roma, que celebra os 80 anos da FAO.

“A gente tinha acabado com a fome em 2014. Voltei em 2023 e havia 33 milhões de pessoas dentro do Mapa da Fome. Agora, acabamos outra vez em dois anos e meio. Vou para a FAO e, na segunda, faço um discurso lá sobre o fim da fome outra vez no Brasil”, afirmou.

Durante o evento, ele também inaugura o Mecanismo de Apoio da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, com escritórios em Brasília, Adis Abeba, Bangkok e Washington, reunindo 103 países-membros.

Augusto de Sousa
Augusto de Sousa, 31 anos. É formado em jornalismo e atua como repórter do DCM desde de 2023. Andreense, apaixonado por futebol, frequentador assíduo de estádios e tem sempre um trocadilho de qualidade duvidosa na ponta da língua.