Foragido, Beto Louco negocia delação e pode entregar políticos ligados ao PCC

Atualizado em 10 de outubro de 2025 às 21:05
O empresário Roberto Augusto Leme da Silva, conhecido como “Beto Louco”. Foto: Reprodução

O empresário Roberto Augusto Leme da Silva, conhecido como Beto Louco, avalia firmar delação premiada para colaborar com as investigações sobre o esquema de lavagem de dinheiro que envolve o PCC e o setor de combustíveis. O delator pretende entregar políticos envolvidos nas fraudes e preservar integrantes da facção. Com informações do Metrópoles.

Beto Louco e Mohamad Hussein Mourad são apontados como líderes do grupo criminoso que atuava em toda a cadeia produtiva de petróleo, desde refinarias até postos de combustíveis. Ambos estão foragidos e teriam deixado Dubai rumo ao Líbano, segundo informações de bastidores da investigação.

As conversas sobre a colaboração ainda estão em fase inicial. O empresário, que deseja retornar ao Brasil, busca um acordo que o permita responder em liberdade em troca de informações sobre políticos beneficiados pelo esquema.

Agentes da Polícia federal, em conjunto com as receitas federal e estadual durante buscas e apreensões em endereços na Faria Lima. Foto: Werther Santana/Estadão

Beto Louco coordenava fraudes contábeis e movimentações financeiras complexas por meio de fundos de investimento e empresas de fachada, usadas para blindar o patrimônio do PCC e ocultar recursos desviados.

A operação Carbono Oculto, conduzida pela Polícia Federal, já identificou conexões entre o grupo de Beto Louco e empresas do mercado financeiro, incluindo fintechs e fundos sob investigação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

A delação, se confirmada, pode atingir figuras políticas e empresários do setor de energia, além de ampliar o escopo da apuração sobre o uso de combustíveis para lavar dinheiro da facção criminosa.