
A decisão do ministro Luís Roberto Barroso de antecipar sua aposentadoria do Supremo Tribunal Federal (STF) provocou desconforto entre aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), conforme informações da colunista Bela Megale, do Globo.
O motivo principal, segundo interlocutores do grupo, é que a saída de Barroso abre espaço para o presidente Lula (PT) indicar mais um nome à Corte — o terceiro de seu atual mandato.
Entre bolsonaristas, o clima é de apreensão com a possibilidade de o escolhido ser alguém ligado diretamente ao PT, como o advogado-geral da União, Jorge Messias. A avaliação é de que uma nomeação com esse perfil aumentaria o isolamento político da oposição dentro do Supremo.

Barroso, embora crítico de Bolsonaro, mantinha canais de diálogo com parte dos seus aliados. Por isso, sua saída é vista como uma perda de interlocução e um risco de endurecimento da Corte em temas sensíveis ao bolsonarismo.
Os aliados de Bolsonaro acreditam que o novo ministro a ser indicado por Lula se somará à ala considerada mais dura do tribunal — composta por Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cristiano Zanin e Cármen Lúcia —, todos com histórico de posições firmes contra o ex-presidente em julgamentos ligados à tentativa de golpe e à disseminação de fake news.
Pacheco vira aposta do grupo oposicionista
Para parte da oposição, o nome do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) desponta como a alternativa mais palatável para a vaga. Embora não seja considerado o candidato ideal, ele é visto como alguém com maior disposição para o diálogo e com trânsito político mais amplo.
Além disso, bolsonaristas avaliam que uma eventual nomeação de Pacheco tiraria do presidente Lula um possível palanque em Minas Gerais nas eleições de 2026, reduzindo o impacto político da escolha.