O governo Lula (PT) reagiu à derrota na Câmara dos Deputados e demitiu aliados do PP e do PL que ocupavam cargos estratégicos na Caixa Econômica Federal, conforme informações da coluna Painel, da Folha de S.Paulo.
As exonerações, confirmadas nesta sexta-feira (10), ocorreram após a derrubada da medida provisória que previa aumento de impostos e abriria espaço fiscal para o governo em 2026.
Foram afastados Rodrigo de Lemos Lopes, aliado do vice-presidente da Câmara, Altineu Côrtes (PL-RJ), e José Trabulo Junior, próximo ao presidente do PP, Ciro Nogueira. Lopes ocupava a Vice-Presidência de Sustentabilidade e Cidadania Digital da Caixa e será substituído interinamente por Jean Rodrigues Benevides, diretor executivo da área.
Já Trabulo Junior atuava como consultor do presidente do banco, Carlos Vieira, desde setembro de 2024, e integrava o Conselho Fiscal da Caixa Corretora, subsidiária do banco. No governo Bolsonaro, ele foi diretor da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).
As demissões são vistas como uma resposta direta ao revés imposto pelo Centrão ao Palácio do Planalto. A medida provisória barrada previa R$ 20,9 bilhões em receitas extras para 2026, mas o valor já havia sido reduzido para R$ 17 bilhões após mudanças feitas pelo relator, deputado Carlos Zarattini (PT-SP).
Integrantes do governo afirmam que novas exonerações podem ocorrer nos próximos dias, em um movimento de retaliação a partidos que votaram contra a proposta.
