ONU inicia envio de alimentos e remédios a Gaza após trégua entre Israel e Hamas

Atualizado em 11 de outubro de 2025 às 14:50
Caminhões de ajuda humanitária passam por Khan Younis, em Gaza • REUTERS

A entrada de ajuda humanitária em Gaza começou neste sábado (11), marcando o segundo dia de cessar-fogo entre Israel e o Hamas. A COGAT, agência israelense responsável pela coordenação de assistência nos territórios palestinos, confirmou à CNN que caminhões começaram a cruzar a fronteira levando suprimentos essenciais.

Como parte do acordo mediado pela ONU, Estados Unidos, Catar e Egito, Israel concordou com a entrada diária de 600 caminhões de ajuda humanitária. O carregamento é operado pelas Nações Unidas e por outros doadores internacionais e inclui alimentos, medicamentos, combustível, gás de cozinha e materiais de abrigo para famílias deslocadas.

O governo israelense também autorizou a entrada de equipamentos para a reconstrução de infraestrutura crítica, destruída durante os dois anos de conflito. O volume de auxílio agora é muito maior do que o registrado antes do cessar-fogo, quando apenas poucos caminhões conseguiam atravessar os pontos de controle.

O Programa Mundial de Alimentos (PMA) informou que começou a ampliar suas operações na Faixa de Gaza. A meta é atender até 1,6 milhão de pessoas nos próximos três meses com farinha, pão e cestas básicas familiares. Segundo o órgão, o número de padarias apoiadas deve crescer de 10 para 30, ampliando significativamente o acesso da população a alimentos básicos.

A trégua entre Israel e Hamas foi anunciada na quinta-feira (9) e prevê também a libertação gradual de reféns israelenses capturados nos ataques de outubro de 2023. A expectativa é que o cessar-fogo permaneça estável o suficiente para permitir a continuidade das operações humanitárias e o início de negociações sobre uma solução política duradoura.

Organizações internacionais alertam, no entanto, que a situação em Gaza continua crítica. O sistema de saúde local ainda enfrenta falta de medicamentos, eletricidade e combustível, e a população depende totalmente da chegada da ajuda externa para sobreviver. A ONU considera o atual esforço humanitário um “teste crucial” para o cumprimento do acordo de paz.