
O ministro Kassio Nunes Marques será o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante as Eleições Gerais de 2026, que terão o primeiro turno em 4 de outubro. Atual vice-presidente da Corte, ele assumirá o comando do tribunal em 4 de junho do próximo ano, substituindo a ministra Cármen Lúcia, que ocupa o cargo desde agosto de 2024. O ministro André Mendonça será o vice-presidente na data do pleito. As informações são do Metrópoles.
A sucessão segue o rodízio tradicional entre ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que integram o TSE. Nunes Marques, que faz parte da Corte Eleitoral desde maio de 2023, comandará o processo eleitoral que envolverá mais de 156 milhões de eleitores. Ele será responsável pelos meses decisivos de organização, logística e segurança das urnas eletrônicas.
Com perfil mais conservador, o futuro presidente do TSE tem defendido uma atuação da Justiça Eleitoral com menor interferência política. Durante eventos recentes, Nunes Marques destacou que sua prioridade será garantir a integridade do voto eletrônico e a confiança no sistema. “O voto é o verdadeiro protagonista da democracia”, disse. Ele afirmou ainda que pretende propor uma resolução voltada exclusivamente ao eleitor, reunindo em um único texto todas as normas de interesse do cidadão.

Em seus discursos, o ministro tem reforçado o compromisso com a transparência e a estabilidade do processo eleitoral. “A urna eletrônica segue evoluindo para entregar eficiência e celeridade, permitindo que a vontade do eleitor seja apurada com segurança”, declarou em evento do TSE. Segundo ele, a confiança pública no sistema é “patrimônio nacional” e deve ser constantemente fortalecida.
Nunes Marques foi indicado ao STF em 2020 pelo então presidente Jair Bolsonaro, de quem era considerado próximo. Natural de Teresina (PI), o ministro foi desembargador do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) antes de chegar ao Supremo. Ele assumiu uma das vagas do chamado quinto constitucional, destinadas a advogados e membros do Ministério Público com mais de dez anos de experiência.
As eleições de 2026 devem manter a polarização vista no pleito de 2022, que opôs Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), hoje inelegível por decisão judicial. Com a presidência de Nunes Marques, o TSE terá um perfil diferente daquele de 2022, quando o tribunal foi comandado por Alexandre de Moraes, conhecido por postura mais combativa diante de ataques ao sistema eleitoral.