
Nesta segunda-feira (13), o ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, protagonizou um bate-boca com parlamentares durante a CPI do INSS. Em discussão com o senador bolsonarista Marcos Rogério (PL-RO), Stefanutto afirmou que “a CGU erra”, criticando a atuação da Controladoria-Geral da União no caso de irregularidades envolvendo associações de aposentados. Segundo ele, o órgão de controle notificou o caso quando o INSS já estava tomando providências.
Durante o depoimento, Stefanutto voltou a afirmar que havia solicitado auditoria sobre os desvios e insistiu que tomou as medidas necessárias, ainda que não fossem as esperadas pela CGU. “Eu tomei muitas providências. Talvez não a que a CGU queria, mas tomei muitas”, declarou. As críticas ao órgão se repetiram ao longo da sessão, marcada por momentos de tensão com os senadores.
Entre os parlamentares que questionaram Stefanutto estavam Izalci Lucas (PL-MG), Duarte Júnior (PSB-MA), Adriana Ventura (Novo-SP), Márcio Bittar (PL-AC), Marcos Rogério (PL-RO), Sérgio Moro (União Brasil-PR) e Paulo Pimenta (PT-RS). O ex-presidente do INSS respondeu a questionamentos sobre sua relação com o ex-diretor de Benefícios André Fidélis, afirmando que manteve todos os diretores que já estavam no órgão.
Em outro momento, Stefanutto se irritou com o relator, deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), que o acusou de falta de objetividade nas respostas. O ex-presidente rebateu dizendo: “Eu estou aqui como testemunha, então eu decido minha resposta. Eu defino se ela é objetiva ou não”. A troca de acusações levou à segunda suspensão da sessão, após Stefanutto chamar o relator de “vergonha” e ser acusado de chefiar “uma instituição que roubou aposentados”.

Após o intervalo, Stefanutto pediu desculpas, e o relator aceitou o pedido. No início da sessão, o presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), já havia explicado que o ex-presidente tinha um habeas corpus parcial concedido pelo ministro Luiz Fux, do STF, permitindo-lhe silenciar em perguntas que pudessem gerar autoincriminação.
Durante o depoimento, Stefanutto revelou estar no serviço público desde 1993 e, por ter diabetes, pediu pausas para se alimentar. Ele e o presidente da comissão combinaram suspensões breves de cinco minutos para que pudesse manter o equilíbrio físico ao longo da sessão.