Trump foge de pergunta sobre Estado palestino após cessar-fogo em Gaza

Atualizado em 14 de outubro de 2025 às 0:30
Presidente Donald Trump discursando sobre o acordo de Paz entre israelenses e palestinos em Tel Aviv. Reprodução YouTube

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, evitou comentar diretamente se apoia o reconhecimento de um Estado palestino após ele e outros líderes mundiais assinarem, nesta segunda-feira (13), o acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza durante uma cúpula no Egito. Com informações da CNN.

A reunião internacional marcou o encerramento de semanas de negociações mediadas por Washington e pelo Cairo, que buscavam interromper os bombardeios e permitir a entrada de ajuda humanitária na região.

Em declaração a jornalistas a bordo do Air Force One, durante o voo de volta aos Estados Unidos, Trump afirmou que a prioridade do momento é reconstruir Gaza e não discutir a estrutura política futura do território. “Não estou falando sobre Estado único ou de dois Estados, estamos falando sobre a reconstrução de Gaza”, disse o presidente norte-americano, sem se comprometer com nenhuma das opções defendidas pela comunidade internacional.

Trump reconheceu que há opiniões divididas sobre o tema. “Muita gente gosta da solução de um Estado. Algumas pessoas preferem a de dois Estados. Vamos ver”, afirmou, acrescentando: “Eu não comentei sobre isso.” A declaração reforçou a postura cautelosa do governo norte-americano em relação à criação de um Estado palestino, assunto que segue como um dos mais delicados da política do Oriente Médio.

O presidente egípcio Abdel Fattah el-Sisi, que discursou antes de Trump na cúpula, destacou que o acordo de cessar-fogo representa uma “oportunidade histórica única — e talvez a última — para alcançar um Oriente Médio livre de qualquer coisa que ameace sua estabilidade e progresso”. Ele enfatizou a importância de avançar na proposta de dois Estados como solução definitiva para o conflito entre israelenses e palestinos.

Sisi também afirmou que a solução de dois Estados deve ser alcançada de forma que garanta “nossa visão compartilhada de cooperação conjunta entre os povos da região e entre todos os países”, ressaltando o papel da comunidade internacional na reconstrução e pacificação da Faixa de Gaza. O Egito, historicamente, tem atuado como mediador entre Israel e grupos palestinos, especialmente o Hamas.

A relutância de Donald Trump em se posicionar ocorre poucas semanas depois de ele criticar o crescente apoio internacional à criação de um Estado palestino. No mês passado, em discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, Trump se referiu ao impulso em favor da solução de dois Estados como uma “recompensa” para o Hamas, sinalizando resistência à ideia no contexto pós-guerra.

Jessica Alexandrino
Jessica Alexandrino é jornalista e trabalha no DCM desde 2022. Sempre gostou muito de escrever e decidiu que profissão queria seguir antes mesmo de ingressar no Ensino Médio. Tem passagens por outros portais de notícias e emissoras de TV, mas nas horas vagas gosta de viajar, assistir novelas e jogar tênis.