
Um modelo estatístico elaborado com base em dados históricos e indicadores econômicos estima que o presidente Lula tem 72% de chance de reeleição em 2026. O cálculo considera desempenho econômico, aprovação do governo e padrões eleitorais desde 1945.
Segundo o cientista político Antonio Lavareda, em texto publicado na Folha de S.Paulo, a projeção é atualizável e pode mudar conforme novos dados surjam. O estudo compara 13 eleições presidenciais brasileiras, sendo quatro anteriores ao golpe de 1964 e nove da Nova República.
O levantamento aponta que o formato mais comum das disputas é o cenário triangular, em que três candidatos atingem dois dígitos nas pesquisas. Isso ocorreu em cerca de 70% das eleições analisadas e deve se repetir em 2026, com mais de um postulante à direita.
A probabilidade de vitória em primeiro turno, no entanto, é historicamente baixa. Apenas 23% das eleições tiveram desfecho nessa etapa. Lula nunca ultrapassou 50% dos votos válidos, embora tenha chegado perto em 2006 e 2022. Apenas Eurico Dutra, com 55%, e Fernando Henrique Cardoso, nas duas vitórias consecutivas, conseguiram encerrar a disputa sem segundo turno.
A média histórica dos vencedores na primeira rodada é de 47% dos votos, ou 48% se desconsiderada a eleição de 1989, a mais fragmentada. Cinco das seis eleições deste século seguiram essa tendência, o que sugere que o vencedor de 2026 deverá ter desempenho semelhante.

Na Nova República, a taxa de continuidade (presidentes reeleitos ou que fizeram sucessores diretos) é de 75%. Embora o número seja limitado a quatro casos, reforça a vantagem deles. Em seis das nove eleições analisadas, quem liderava as pesquisas um ano antes do pleito acabou vencendo.
O modelo leva em conta também as condições econômicas. O cenário atual, classificado como “relativamente benigno”, com expectativa de estabilidade e crescimento moderado, favorece a permanência de Lula. Caso o quadro econômico piore ou ocorram eventos políticos de grande impacto, a probabilidade tende a se inverter.
Apesar do cenário otimista, o autor lembra que a probabilidade é apenas uma previsão. Ele cita o caso de Donald Trump, que venceu a eleição de 2016 mesmo com apenas 28% de chance segundo o site FiveThirtyEight.