O candidato ao STF que se reuniu com Lula no Alvorada

Atualizado em 15 de outubro de 2025 às 12:35
O presidente Lula – Foto: Reprodução

Na terça-feira (14), o presidente Lula (PT) se reuniu com o advogado-geral da União, Jorge Messias, um dos principais cotados para a vaga de Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF). O encontro, que não constou na agenda oficial divulgada pelo Planalto, ocorreu horas antes de o chefe de Estado receber ministros da Corte no Palácio da Alvorada para discutir a sucessão no tribunal. Com informações do colunista Igor Gadelha, do Metrópoles.

Messias é apontado como o favorito dentro do governo e conta com o apoio de assessores e aliados históricos do petista. A conversa entre os dois foi descrita por fontes próximas como uma tentativa de alinhar detalhes políticos e jurídicos antes de Lula apresentar o nome formalmente aos ministros do Supremo. O presidente tem demonstrado cautela na escolha, repetindo o mesmo método usado nas indicações de Cristiano Zanin e Flávio Dino, quando ouviu integrantes da Corte antes de tomar a decisão final.

Durante a noite, Lula recebeu no Alvorada os ministros Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin e Flávio Dino, além do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski. A reunião foi uma oportunidade para o presidente medir a aceitação do nome de Messias entre os magistrados e avaliar o impacto político da futura indicação. O gesto foi interpretado como um sinal de respeito e diálogo com o Judiciário.

Nos bastidores, a movimentação de Lula é vista como uma tentativa de equilibrar as pressões entre os Poderes. Apesar de Messias ter o favoritismo no Executivo, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também é considerado um nome viável e conta com apoio no Legislativo e em parte do próprio STF. A simpatia por Pacheco entre ministros da Corte é vista como um dos principais desafios à escolha de Messias.

O ministro-chefe da AGU (Advogado Geral da União), Jorge Messias, deixa a tribuna do Supremo após fazer sustentação oral em processo – Foto: Pedro Ladeira

Aliados próximos do presidente defendem que a decisão seja tomada ainda nesta semana, para evitar que o impasse prolongado amplie a pressão sobre o Planalto.

Lula, segundo interlocutores, pretende evitar uma disputa pública entre seus aliados e manter o controle político do processo, apostando no critério da confiança como fator decisivo na escolha.

A definição do sucessor de Barroso deve ocorrer nas próximas semanas, e a expectativa é de que o nome indicado pelo presidente seja confirmado pelo Senado até o fim do ano.