A aposta da extrema-direita para a reunião entre Rubio e Mauro Vieira

Atualizado em 15 de outubro de 2025 às 18:51
Sóstenes Cavalcante (RJ), líder do PL na Câmara, e Eduardo Bolsonaro. Foto: Reprodução

Às vésperas da primeira reunião entre o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, marcada para esta quinta-feira (16), aliados de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmam que o parlamentar aposta em um encontro marcado por tensão e “jogo duro” em Washington. Com informações da coluna de Daniela Lima no UOL.

O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), declarou nesta quarta-feira (15) que acredita em dificuldades para o chanceler brasileiro durante o diálogo. “Eu o conheço. A aposta, do Eduardo, inclusive, é de que o Mauro Vieira vai encontrar muitas dificuldades. Mauro vai ter problema com Rubio. Eu creio. Eduardo também”, afirmou o deputado.

Marco Rubio é considerado um dos nomes mais ideológicos do governo de Donald Trump. Ele foi responsável por apoiar Eduardo Bolsonaro em pautas contra o Supremo Tribunal Federal (STF), incluindo a defesa da aplicação da chamada Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes e seus familiares, além da suspensão de vistos de magistrados e outras autoridades brasileiras.

Donald Trump abraça Marco Rubio, atualmente secretário de Estado dos Estados Unidos, durante a campanha. Foto: Ryan M. Kelly/AFP

O grupo bolsonarista enxerga Rubio como um “aliado político” nos Estados Unidos, especialmente nas críticas à condução do Judiciário brasileiro. A expectativa é de que o secretário norte-americano adote uma postura rígida nas negociações, reforçando cobranças sobre temas de direitos humanos e liberdade de expressão.

Já o governo brasileiro mantém avaliação oposta. Integrantes do Itamaraty e do Palácio do Planalto esperam um ambiente diplomático mais equilibrado após o encontro entre o presidente Lula (PT) e Donald Trump na Assembleia Geral da ONU, que teria amenizado o tom entre os dois países.

Fontes da chancelaria avaliam que o fim da primeira fase do julgamento de Jair Bolsonaro (PL) no STF, sem grandes reações sociais, e a crise econômica nos Estados Unidos reduziram o ímpeto de sanções políticas e comerciais contra o Brasil, abrindo espaço para um diálogo mais pragmático na reunião marcada para quinta-feira (16).