
O governo brasileiro pediu formalmente aos Estados Unidos a suspensão das tarifas impostas aos produtos nacionais durante reunião entre o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário de Estado americano, Marco Rubio, em Washington, nesta quarta-feira (15). Rubio respondeu que apenas o presidente Donald Trump tem autoridade para decidir sobre a suspensão das medidas, adotadas por motivos econômicos e políticos. Com informações de Jamil Chade, no UOL.
As tarifas afetam setores estratégicos do agronegócio e da indústria brasileira, principalmente alumínio, aço, celulose e produtos agrícolas. O Itamaraty argumenta que as taxas não se justificam, já que os Estados Unidos registram superávit na balança comercial com o Brasil.
O encontro entre Vieira e Rubio, que durou pouco mais de uma hora, serviu para reabrir o diálogo de alto nível entre os dois países. As equipes concordaram em iniciar tratativas para um futuro encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, ainda sem data definida.

Outro ponto discutido foi a regulação das big techs. O Brasil defende a criação de regras e impostos sobre a atuação das plataformas digitais em território nacional, medida que tem encontrado resistência do governo americano. Os Estados Unidos vêm alertando que poderão retaliar países que impuserem restrições ao setor.
O comércio agrícola também esteve na pauta. O governo Trump manifestou preocupação com o aumento das exportações de soja brasileira para a China, que substituíram parte das vendas americanas após a intensificação da guerra comercial entre Washington e Pequim.
De acordo com analistas, a disputa pela venda de soja para a China é um dos principais fatores de tensão entre os dois países. Trump acusa Pequim de manipular o mercado internacional para prejudicar os produtores americanos, enquanto o Brasil tem se beneficiado do aumento da demanda chinesa pelo grão.