
Em nota divulgada nesta quinta-feira (16), a Comissão Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) repudiou as declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na qual ele autoriza operações secretas da CIA no território venezuelano. Para o partido, tais afirmações constituem uma afronta à soberania da Venezuela e uma clara violação do Direito Internacional.
Segundo o PT, ao autorizar operações secretas da CIA na Venezuela, Trump “ofende a soberania do país sul-americano e viola normas internacionais”. O partido classificou a iniciativa como “inaceitável e deplorável”.
A nota também afirma que esse posicionamento se soma a um crescente cerco militar imposto sobre a Venezuela, que incluiria execuções sumárias realizadas por forças norte-americanas — práticas consideradas pelo PT “inadmissíveis, sem base legal e sem qualquer processo investigativo”.
O PT recorda ainda que a CIA tem um histórico de “articulação de ações ilegais e desestabilizadoras” na América do Sul, apontando para episódios de ingerência, golpes, repressão e ditaduras no continente. Em sua conclusão, o documento reforça: “não podemos aceitar mais um ataque à soberania na América Latina”.

A controvérsia ganhou novo impulso na quarta-feira (15), quando Trump confirmou que autorizou a CIA a realizar operações sigilosas na Venezuela — afirmando que poderia, inclusive, expandir as ações por terra. Nas semanas recentes, os EUA realizaram ataques a embarcações supostamente ligadas ao narcotráfico, com pelo menos 27 mortos, segundo relatos.
Em resposta, a Venezuela recorreu ao Conselho de Segurança da ONU, solicitando que sejam reconhecidos como ilegais os ataques a seus navios e que seja reafirmado o respeito à integridade territorial venezuelana.
Até o momento da nota do PT, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda não havia se pronunciado publicamente sobre as declarações de Trump. Entretanto, chama atenção que o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, realizou encontro nos EUA com o secretário de Estado americano, Marco Rubio, com pauta que incluiu a crise na Venezuela e no Haiti.