Zelensky pressiona Trump por mísseis Tomahawk em nova rodada de negociações

Atualizado em 17 de outubro de 2025 às 17:44
Presidente dos EUA, Donald Trump, recebe o ucraniano Volodymyr Zelensky na Casa Branca. Foto: Divulgação

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebeu nesta sexta-feira (17) o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, na Casa Branca, em Washington. O encontro, que durou cerca de duas horas e meia, ocorreu em meio a uma nova tentativa de avançar nas negociações de paz com a Rússia, que trava uma guerra com a Ucrânia desde fevereiro de 2022. Nenhum dos líderes falou à imprensa após a reunião, que terminou sem anúncios formais.

Esta foi a terceira visita de Zelensky à Casa Branca desde o início do conflito. O principal objetivo do ucraniano era pressionar o governo americano a autorizar a venda de mísseis Tomahawk, armas de longo alcance capazes de atingir alvos em território russo com alta precisão. Trump, no entanto, evitou prometer qualquer apoio militar imediato.

“Esse é o problema. Nós precisamos dos Tomahawks”, disse o presidente. “É uma escalada [da guerra], nós discutiremos isso. Nós gostaríamos muito mais de que eles não precisassem dos Tomahawks”, afirmou.

O tom inicial da reunião foi cordial. Trump elogiou a postura de Zelensky e sua determinação diante da guerra. “É uma honra estar com um líder muito forte, um homem que passou por muita coisa e um homem que conheci muito bem, e nos demos muito bem”, declarou o republicano durante um almoço antes do encontro.

De acordo com um integrante da delegação ucraniana ouvido pela AFP, Zelensky apresentou mapas com possíveis alvos russos que poderiam ser atingidos com o uso dos mísseis.

A relação entre os dois líderes tem sido marcada por altos e baixos. Em fevereiro, o primeiro encontro em Washington terminou em tom tenso, com discussões entre Trump, seu vice J.D. Vance, e Zelensky.

Discussão entre Trump, seu vice J.D. Vance, e Zelensky; Foto: Divulgação

Ao longo dos meses, contudo, a postura do americano em relação à Ucrânia mudou: ele passou a defender publicamente a reconquista total do território ocupado pela Rússia, mesmo mantendo uma relação próxima com o presidente russo, Vladimir Putin.

Zelensky argumenta que o fornecimento dos Tomahawks poderia fortalecer a posição ucraniana nas negociações e forçar Putin a levar a sério as propostas de paz. Ainda assim, dois meses após a cúpula entre Trump e Putin no Alasca, não houve avanços concretos em direção a um cessar-fogo.

Na quinta-feira (16), um dia antes da reunião com Zelensky, Trump manteve uma conversa telefônica de mais de duas horas com Putin. Na rede Truth Social, o presidente americano relatou que o diálogo foi “muito produtivo” e que os dois concordaram em se encontrar pessoalmente em Budapeste, na Hungria, na próxima semana. “Acredito que a conversa telefônica de hoje tenha sido um grande progresso”, escreveu.

O enviado especial de Putin, Kirill Dmitriev, também elogiou o contato, classificando a ligação como “produtiva e positiva, e que definiu os próximos passos das negociações claramente”. Um porta-voz da Casa Branca confirmou a conversa e afirmou que Trump acredita ser possível reunir Putin e Zelensky em um novo encontro nos próximos meses.

Guilherme Arandas
Guilherme Arandas, 27 anos, atua como redator no DCM desde 2023. É bacharel em Jornalismo e está cursando pós-graduação em Jornalismo Contemporâneo e Digital. Grande entusiasta de cultura pop, tem uma gata chamada Lilly e frequentemente está estressado pelo Corinthians.