
Não adiantou chorar: Bolsonaro segue em prisão domiciliar apesar dos vexames de Eduardo ao tentar, desastrosamente, protegê-lo — e apesar da já declarada “perseguição” da qual eles acusam a esquerda e até as instituições, o que significa nada mais do que aplicar a lei em defesa do país.
Eles nos acusam de uma suposta “ditadura de toga” que, como todos os medos da extrema direita, não existe (eles são ótimos em lutar contra inimigos imaginários).
Em plena “ditadura de toga”, ninguém de uma corja golpista saiu com um arranhão — muito menos sofreu a tortura típica da ditadura militar, sempre celebrada por Bolsonaro e seus seguidores.
Aliás, que ditadura mequetrefe é essa?
O “ditador” Alexandre de Moraes, contra quem a extrema direita tanto conspirou e ainda conspira, permitiu que Bolsonaro faça uma festa de aniversário em casa para a filha.
Se toda ditadura fosse assim, talvez eu até vestisse a camisa da seleção.
Penso: “quantos presos já tiveram esse direito?”. E isso não me traz revolta — muito pelo contrário.
Alexandre de Moraes mostra, com sua retidão, senso de justiça e até certa benevolência, como o Estado Democrático de Direito deve funcionar.
Demonstra respeito à Constituição em detrimento do ressentimento que talvez fosse compreensível, diante de tantos ataques sofridos, muitos deles pessoais.
Moraes, sabendo-se em evidência, mostra ao Brasil que não se trata de vingança, mas de justiça – exatamente como deve funcionar uma democracia.
Que Bolsonaro siga preso, mas tenha os direitos humanos que certamente negaria aos seus adversários.
Nós não somos como eles.