
Neste sábado (18), o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, denunciou que militares dos Estados Unidos violaram as águas territoriais colombianas e mataram um pescador durante uma operação antinarcóticos no Caribe. O caso teria ocorrido em meados de setembro, quando a embarcação do pescador Alejandro Carranza foi atingida em meio à ofensiva norte-americana na região.
Segundo Petro, a ação representa uma grave violação da soberania colombiana. Ele afirmou que o barco estava à deriva, com um dos motores quebrado e o sinal de socorro ativado, quando foi alvo do ataque. O presidente exigiu explicações formais de Washington sobre o episódio.
A vítima, identificada como Alejandro Carranza, era pescador e não tinha qualquer relação com o tráfico de drogas, segundo o chefe de Estado. Em publicação na rede social X, Petro acusou diretamente “funcionários do governo americano” de cometerem assassinato em território colombiano.
Funcionarios del gobierno de los EEUU han cometido un asesinato y violado nuestra soberanía en aguas territoriales
El pescador Alejandro Carranza no tenía vínculos con el narco y sus actividad diaria era pescar.
La lancha colombiana estaba la deriva y con la señal de avería…
— Gustavo Petro (@petrogustavo) October 19, 2025
Um parente da vítima, Audenis Manjarres, relatou à emissora pública RTVC Noticias que Carranza apenas realizava seu trabalho diário quando foi atacado. Ele reconheceu a embarcação nos vídeos divulgados internacionalmente sobre o bombardeio ocorrido em 15 de setembro. “Fomos criados em famílias de pescadores. Não é justo o que fizeram com ele”, declarou.
De acordo com Manjarres, a última conversa com o parente aconteceu um dia antes da ofensiva, por volta das cinco da manhã, horário local. A família, natural da cidade costeira de Santa Marta, ainda aguarda esclarecimentos oficiais e busca o corpo do pescador.
O governo colombiano tem criticado a atuação militar norte-americana no Caribe, especialmente nas proximidades das águas venezuelanas. Petro pediu à Organização das Nações Unidas a abertura de um processo criminal contra o ex-presidente Donald Trump, a quem atribui a ordem inicial das operações navais na região.
Essas ações, segundo o mandatário, têm causado a morte de pescadores e jovens em situação de vulnerabilidade, que não possuíam envolvimento com o narcotráfico. Ele já havia relatado o caso de outro colombiano detido após sobreviver a um ataque contra um submarino supostamente usado para o transporte de drogas.
Desde o início de setembro, a Marinha dos Estados Unidos afirma ter abatido ao menos 27 suspeitos de tráfico em seis operações distintas realizadas em águas do Caribe. O governo colombiano aguarda a resposta oficial de Washington sobre a morte de Carranza e a possível violação de suas fronteiras marítimas.
Veja o vídeo sobre a embarcação atacada:
🚨💥#EXTRA | “Salieron de La Guajira y no es posible que haya sido en aguas internacionales” Audenis Manjarres, familiar de Alejandro Carranza, pescador presuntamente asesinado por bombardeo del ejército estadounidense.
Noticia en desarrollo pic.twitter.com/hG2G6ZVzKr
— RTVC Noticias (@RTVCnoticias) October 18, 2025