
O Museu do Louvre, em Paris, foi alvo de um meticulosamente planejado na manhã deste domingo (19). Segundo o Ministério do Interior da França, três ou quatro criminosos usaram um guindaste acoplado a um caminhão para acessar a Galeria Apolo, setor que abriga parte das joias da coroa francesa. A ação durou apenas sete minutos.
Os ladrões usaram motosserras, guindaste e ferramentas de corte para quebrar vitrines reforçadas e recolher as peças. A polícia informou que a operação foi executada “com precisão cirúrgica”, sem disparos e sem vítimas. A fuga foi feita em scooters Yamaha, em direção a Lyon, no centro-leste do país.
Durante a ação, visitantes entraram em pânico, batendo nas portas de vidro para escapar. Testemunhas relataram que o barulho das ferramentas ecoou pelas galerias, provocando confusão. Quando os agentes chegaram, os criminosos já haviam deixado o prédio.
French culture minister Rachida Dati confirms a robbery at the Louvre Museum in Paris.
No injuries reported, but the museum has closed for “exceptional reasons” as investigations continue.
What was stolen remains unclear. #Louvre #Paris pic.twitter.com/2Fk2vtwxn2
— BPI News (@BPINewsOrg) October 19, 2025
O museu foi imediatamente evacuado e fechado para perícia. O Ministério da Cultura confirmou que o sistema de segurança foi parcialmente neutralizado, o que indica planejamento prévio e conhecimento técnico da estrutura.
A ministra da Cultura da França, Rachida Dati, classificou o roubo como uma “ação profissional”. Em entrevista à emissora francesa TF1, Dati afirmou que os criminosos sabiam exatamente onde agir e demonstraram planejamento meticuloso e conhecimento técnico da estrutura do museu.
⚠️🇫🇷 Le musée du Louvre restera fermé aujourd’hui pour raisons exceptionnelles.
∴
⚠️🌍 The Musée du Louvre will remain closed today for exceptional reasons. pic.twitter.com/bFY1hRaW5k— Musée du Louvre (@MuseeLouvre) October 19, 2025
Joias da coroa e tesouros levados

O alvo foi a Galeria Apolo, uma das mais antigas e prestigiadas salas do Louvre, inaugurada no século XVII. O local abriga o que restou das joias da coroa francesa, incluindo relíquias que pertenceram a Luís XIV, Napoleão Bonaparte, Napoleão III e às imperatrizes Marie-Louise e Eugénie.
Entre as peças levadas estão três diamantes históricos — o Regent, considerado um dos mais perfeitos do mundo; o Sancy, de origem indiana; e o Hortensia, de tom rosado, encomendado por Luís XIV. Também foi roubado um colar de esmeraldas e diamantes presenteado por Napoleão à imperatriz Maria Luísa.
Horas depois, uma das joias foi encontrada danificada perto do museu. Fontes policiais afirmam que se trata possivelmente da coroa da imperatriz Eugénie, deixada para trás durante a fuga.
A ministra da Cultura, Rachida Dati, confirmou a recuperação parcial e que a perícia busca rastros de DNA e digitais nas vitrines quebradas. O valor histórico das peças levadas foi descrito como incalculável pelo Ministério da Cultura.
Reação e investigação internacional

O ministro do Interior, Laurent Nuñez, declarou que os criminosos pertencem a uma quadrilha altamente especializada, comparável a grupos que já atacaram museus na Alemanha e na Holanda. O caso está sendo investigado como roubo organizado de patrimônio cultural, com apoio da Interpol.
O governo francês criou uma força-tarefa conjunta entre a Polícia Nacional, o Ministério da Cultura e a Europol. Segundo Nuñez, há indícios de que as joias possam ser revendidas no mercado negro internacional de arte, onde valores ultrapassam centenas de milhões de euros.
O Louvre seguirá fechado para visitação até nova ordem, e equipes de especialistas avaliam os danos na Galeria Apolo. O episódio foi comparado ao roubo de Dresden, em 2019, e considerado um dos maiores crimes contra o patrimônio cultural europeu no século XXI.