Em nova ofensiva verbal, Trump insinua ação militar e acusa presidente da Colômbia de tráfico

Atualizado em 19 de outubro de 2025 às 14:51
O presidente dos EUA, Donald Trump, sério, apontando pra frente
O presidente dos EUA, Donald Trump – Reprodução

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez neste domingo (19) um novo ataque ao governo da Colômbia, chamando o presidente Gustavo Petro de “traficante de drogas ilegal” e acusando-o de incentivar a “produção massiva” de entorpecentes. A declaração foi publicada em sua rede social Truth Social, acompanhada da promessa de encerrar “pagamentos e subsídios em larga escala” ao país sul-americano.

Segundo Trump, “o objetivo dessa produção de drogas é vender quantidades massivas do produto para os Estados Unidos, causando morte, destruição e caos”. O presidente americano não apresentou provas das acusações e afirmou que Petro “não faz nada para deter o tráfico”, descrevendo o colombiano como “mal avaliado e muito impopular”. O governo da Colômbia ainda não respondeu oficialmente.

A escalada verbal ocorre em meio à operação militar americana no Caribe, próxima à costa da Venezuela, sob o argumento de combate a cartéis de drogas. Trump advertiu Petro dizendo que “é melhor encerrar as operações de drogas, ou os Estados Unidos as encerrarão por ele, e não será feito de forma gentil”. A ofensiva, conduzida pela CIA e pelas Forças Armadas, já deixou ao menos 29 mortos desde setembro.

Mais cedo, Petro acusou os Estados Unidos de assassinato e exigiu explicações após o sexto ataque americano na região. Ele afirmou que os bombardeios violam o direito internacional e ameaçam a soberania regional. O episódio agrava o atrito diplomático entre Bogotá e Washington, já afetado por decisões recentes de Trump, como o cancelamento do visto do presidente colombiano.

A Colômbia é o maior produtor mundial de cocaína e registrou, segundo a ONU, recorde histórico de cultivo de folhas de coca em 2024. Em setembro, Washington chegou a acusar o país de não cooperar na guerra contra as drogas, mas emitiu uma dispensa para evitar sanções econômicas diretas. Agora, o governo americano ameaça cortar definitivamente a ajuda financeira ao país.

As tensões também refletem as críticas de Petro ao governo Trump em fóruns internacionais. Durante a Assembleia Geral da ONU, o colombiano defendeu a criação de uma força armada global “maior que a dos Estados Unidos” e pediu que soldados americanos desobedecessem ordens de seu presidente. O Departamento de Estado classificou as declarações como “imprudentes e incendiárias”.