“Tem que ter frequência”: presidente do Conselho de Ética compara Eduardo a estudante

Atualizado em 22 de outubro de 2025 às 11:52
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos. Foto: Foto: Saul Loeb/AFP

O presidente do Conselho de Ética da Câmara, deputado federal Fábio Schiochet (União-SC), detonou o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e comparou a situação dele à de um aluno de faculdade. Ele afirmou que um parlamentar não pode se eleger e, posteriormente, se ausentar das sessões e comissões da Câmara.

A declaração foi dada em entrevista sobre o processo de cassação que corre contra Eduardo Bolsonaro, que se afastou de seu cargo em março deste ano e fugiu para os Estados Unidos. De acordo com Schiochet, a presença dos deputados é obrigatória nas terças e quartas, exceto em casos de licença médica ou missão oficial autorizada pela Mesa Diretora da Câmara.

Ele afirmou que, no caso de Eduardo Bolsonaro, a ausência não foi justificada por uma missão oficial, o que configuraria uma infração. “É como numa faculdade. Por mais que o aluno tenha em dezembro notas para passar de ano, ele tem que ter uma frequência”, comparou o presidente do Conselho de Ética.

Schiochet explicou que o processo contra Eduardo Bolsonaro ainda está na fase de admissibilidade, e não de cassação. Caso o processo seja admitido, o Conselho ouvirá testemunhas, o deputado e sua defesa. Ele ressaltou que a tramitação pode durar até 50 dias, e que há mais três processos de cassação em andamento contra Eduardo, relacionados a matérias semelhantes.

Fábio Schiochet (União-SC), presidente do Conselho de Ética da Câmara. Foto: Mário Agra/Agência Câmara

O parlamentar também alertou sobre o risco de Eduardo Bolsonaro ter seu mandato cassado pela Mesa Diretora, composta por sete membros, da mesma forma que ocorreu com o deputado Chiquinho Brazão. Segundo Schiochet, “um deputado não pode se eleger e não vir aqui registrar presença na terça e na quarta-feira, de fato, estando presente nas votações e nas comissões”.

Em setembro, foi aberto o processo no Conselho de Ética, com o sorteio de uma lista tríplice de relatores. O presidente do Conselho, Schiochet, foi responsável por definir o relator. No início de outubro, o deputado Delegado Marcelo Freitas (União-MG), relator do caso, apresentou um relatório favorável ao arquivamento da representação movida pelo PT, que acusa Eduardo Bolsonaro de quebra de decoro parlamentar.

Eduardo Bolsonaro é acusado de incitar autoridades dos EUA a aplicar sanções contra o Brasil, o que gerou o processo no Conselho de Ética. Além disso, ele é alvo de questionamentos administrativos na Mesa Diretora da Câmara por acumular faltas não justificadas, embora tenha recebido uma licença de 120 dias quando se afastou em março.

Caique Lima
Caique Lima, 27. Jornalista do DCM desde 2019 e amante de futebol.