
O Ministério Público da Itália emitiu um parecer favorável à extradição da deputada federal Carla Zambelli, que se encontra detida preventivamente em território italiano. A prisão foi determinada pela Corte de Apelação de Roma, que considerou a parlamentar como um alto risco de fuga.
Zambelli foi presa na Itália em julho, após deixar o Brasil pouco depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) decretar sua prisão preventiva em junho de 2025. A decisão foi tomada como parte do cumprimento de uma sentença condenatória.
Ela já foi condenada pelo STF em duas ocasiões. Em sua primeira condenação, recebeu uma pena de dez anos de prisão pelos crimes de invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e falsidade ideológica, em associação com o hacker Walter Delgatti Neto.
Após essa condenação, a deputada fugiu do Brasil, o que levou à emissão de um alerta internacional, incluindo a difusão vermelha da Interpol. Ela foi presa em Roma, em cumprimento à cooperação internacional entre os países.

Em uma segunda condenação, Zambelli foi sentenciada a cinco anos e três meses de prisão em regime semiaberto pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal. Além da pena, a deputada também foi multada em 400 salários-mínimos da época dos crimes, com correção monetária.
A decisão também determinou a perda do mandato parlamentar, a qual será efetivada quando não houver mais possibilidade de recursos. O processo de extradição de Zambelli está sendo acompanhado pela Advocacia-Geral da União (AGU), que atua para garantir o cumprimento das decisões da Justiça brasileira.
O parecer favorável à extradição foi emitido após a Corte italiana ter reconhecido a gravidade dos crimes cometidos pela deputada e a possibilidade de sua fuga. A decisão do Ministério Público italiano ainda precisa ser analisada pelas autoridades judiciais do país, mas ela é um passo importante no processo de retorno de Zambelli ao Brasil.
Zambelli foi presa em uma penitenciária feminina em Rebibbia, nos arredores de Roma, onde aguarda a decisão final sobre a extradição. A extradição dela para o Brasil deve seguir os trâmites legais e, se confirmada, ela deverá cumprir as penas impostas pelo STF.