Neste quarta-feira (22), o ex-presidente voltou a pedir ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes para que ele pudesse receber a visita do bispo Robson Lemos Rodovalho, junto com Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, e Sebastião Coelho, desembargador aposentado.
O bispo, fundador da Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra, é um dos principais nomes do movimento neopentecostal e figura próxima ao bolsonarismo. Ex-deputado federal pelo Distrito Federal entre 2007 e 2010, ele teve o mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por infidelidade partidária após trocar o DEM pelo PP.
A relação entre Bolsonaro e Rodovalho é antiga. Em 2021, o então presidente concedeu ao bispo a Ordem do Rio Branco, no grau de Grande Oficial — uma das mais altas condecorações do governo brasileiro. O gesto simbolizou a aproximação entre a gestão bolsonarista e setores evangélicos que sustentaram politicamente a extrema-direita.
Além da atividade religiosa, Rodovalho também construiu uma estrutura midiática. Veículos ligados à Sara Nossa Terra receberam R$ 527 mil em repasses de publicidade federal, conforme revelado pela CPI da Covid em 2021.
No mês passado, Moraes vetou a presença de Rodovalho em um grupo de oração que se reuniu com Michelle Bolsonaro. O ministro entendeu que a inclusão de novos participantes “descaracterizaria o grupo autorizado” e reforçou que encontros religiosos não poderiam ter caráter político.
O novo pedido de visita ainda está sob análise do STF. Caso seja aprovado, Rodovalho deverá integrar a lista de religiosos autorizados a visitar Bolsonaro, que segue em prisão domiciliar e sob rígido controle judicial de suas atividades e contatos externos.