
Helicópteros dos “Night Stalkers”, unidade de elite do Exército dos Estados Unidos que participou da operação que matou Osama Bin Laden em 2011, foram vistos recentemente sobrevoando o Caribe, a menos de 150 km da Venezuela. Com informações do G1.
Conhecidos oficialmente como 160º Regimento de Aviação de Operações Especiais (SOAR), os “Night Stalkers” — ou “Caçadores da Noite”, em tradução livre — surgiram na década de 1980 para executar operações de alta complexidade durante a noite.
Embora o foco seja a atuação sob escuridão, a unidade também realiza missões diurnas com alta precisão. Após os ataques de 11 de setembro, ganhou destaque ao integrar a Guerra ao Terror, tornando-se parte essencial das operações secretas dos EUA.
Atualmente, o grupo atua sob o comando do Comando Sul das Forças Armadas americanas, responsável por operações na América do Sul e no Caribe. O esquadrão conta com aeronaves como MH-60 Black Hawk, MH-47 Chinook, MH-6 e AH-6 Little Bird, além de drones voltados ao reconhecimento e à inteligência.
Treinamento próximo à Venezuela
De acordo com o The Washington Post, helicópteros dos “Night Stalkers” foram flagrados em exercícios militares sobre o mar do Caribe, próximos a plataformas de petróleo e gás e a menos de 150 km da costa venezuelana.
As aeronaves teriam usado o navio MV Ocean Trader como base flutuante — embarcação frequentemente empregada em missões sigilosas.
Imagens de satélite analisadas pelo jornal identificaram o MV Ocean Trader ao nordeste de Trinidad e Tobago. Uma fonte ligada ao governo Trump confirmou que se tratava de “exercícios de treinamento preparatórios”.
🔎🇺🇸Continued Pressure on the Doorstep: US Special Ops Mothership + USAF Logistics Near Venezuela
OSINT Update (Oct 9): The clandestine MV Ocean Trader (Special Operations Mothership) remains a persistent fixture off the East Coast of Trinidad & Tobago, ≈135 km from Venezuela.… pic.twitter.com/89UbJ6Fyc1
— MT Anderson (@MT_Anderson) October 9, 2025
Indícios de operação na América do Sul
A movimentação dos “Night Stalkers” reacendeu especulações sobre uma possível operação militar dos EUA na Venezuela.
O cientista político Maurício Santoro, do Centro de Estudos Político-Estratégicos da Marinha do Brasil, afirmou que “os norte-americanos estão planejando operações de forças especiais na Venezuela” e que “pode ser, por exemplo, uma tentativa de capturar ou matar autoridades venezuelanas de alto escalão”.
Desde setembro, segundo a imprensa americana, o governo Trump avalia ataques a estruturas ligadas ao narcotráfico em território venezuelano. O Departamento de Justiça ofereceu US$ 50 milhões de recompensa por informações que levem à prisão de Nicolás Maduro, acusado de ser um “narcoterrorista”.
Em seguida, Washington enviou navios e aeronaves militares ao Caribe, sob o argumento de combater o tráfico internacional de drogas.
Escalada de bombardeios
Após o envio das tropas, barcos foram bombardeados na região, com os EUA alegando que todos transportavam drogas e “narcoterroristas”.
Nesta quarta-feira (22), o Departamento de Guerra informou que mais uma embarcação foi atacada no Oceano Pacífico, resultando em três mortes — o segundo bombardeio em menos de 48 horas. Na terça-feira (21), militares americanos já haviam destruído outro barco próximo à Colômbia, matando duas pessoas.
Trump também declarou que estuda “realizar ataques terrestres contra cartéis de drogas venezuelanos”, o que reforça a hipótese de uma operação por terra com apoio dos “Night Stalkers”.