Um senador da base do governo Lula afirmou, sob condição de anonimato, que apenas Rodrigo Pacheco (PSD-MG) teria condições de ser aprovado para o Supremo Tribunal Federal (STF), conforme informações do colunista Lauro Jardim, do Globo.
Segundo o parlamentar, que é um dos dez vice-líderes do governo no Senado, a escolha de Pacheco seria a única capaz de garantir uma aprovação tranquila na Casa. “Se não for Pacheco, não passa, vai levar porrada no plenário”, disse.
O senador ressaltou que a resistência entre colegas poderia inviabilizar outros nomes, mesmo que consigam boa avaliação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
O senador Davi Alcolumbre (União-AP) tem sido o principal articulador da candidatura de Pacheco ao STF e defende abertamente sua indicação. Lula, no entanto, decidiu optar por Jorge Messias, atual chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), embora tenha adiado o anúncio oficial da nomeação para depois da viagem à Malásia e à Indonésia, após um jantar com Alcolumbre na última segunda-feira.
Resistência e articulação no Senado
De acordo com o mesmo senador, o nome de Messias deve ter uma tramitação sem grandes obstáculos na CCJ, mas pode enfrentar resistência na votação secreta em plenário, onde precisa obter pelo menos 41 votos dos 80 senadores.
Enquanto o presidente Lula (PT) não oficializa a indicação, aliados do governo têm atuado para reduzir resistências a Messias no Senado.
O ministro André Mendonça, indicado ao STF por Jair Bolsonaro, foi procurado por parlamentares da bancada evangélica para ajudar Messias na articulação política. Ambos são evangélicos, e a estratégia busca aproximar o indicado de setores conservadores que resistem ao governo petista.