
O governo russo afirmou nesta quinta-feira (23) que os Estados Unidos “entraram de vez no caminho da guerra” e se tornaram “inimigos da Rússia”, após o anúncio de novas sanções econômicas de Washington contra empresas do país. A declaração foi feita pelo ex-presidente Dmitry Medvedev, atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia e aliado de Vladimir Putin.
“O cancelamento da cúpula em Budapeste por Trump. Novas sanções contra o nosso país por parte dos EUA. O que mais? Haverá novas armas, além dos infames [mísseis] ‘Tomahawks’? (…) Os EUA são nosso inimigo, e o seu falastrão ‘pacificador’ [Trump] agora entrou de vez no caminho da guerra contra a Rússia. (…) As decisões tomadas são um ato de guerra contra a Rússia. E agora Trump se solidarizou completamente com a insana Europa”, declarou Medvedev.
🇷🇺🇺🇸 – Dmitry Medvedev, Deputy Chairman of the Security Council of the Russian Federation, that the US is an "adversary" and claimed US President Donald Trump, once a "peacemaker," is now on a "warpath against Russia." In a Telegram post. Medvedev stated Trump's decisions align… pic.twitter.com/xmuyagLGom
— EuroWatcher – News for you (@EuroWatcherEUW) October 23, 2025
As declarações ocorreram logo após o Tesouro americano impor sanções econômicas contra as duas maiores petrolíferas russas, Lukoil e Rosneft, sob a justificativa de que o governo de Putin se recusa a encerrar o conflito na Ucrânia.
Segundo o secretário do Tesouro, Scott Bessent, “diante da recusa do presidente Putin em encerrar essa guerra sem sentido, o Tesouro está sancionando as duas maiores empresas de petróleo da Rússia, que financiam a máquina de guerra do Kremlin”.
A medida inclui o bloqueio de bens e a proibição de transações financeiras das companhias e de suas subsidiárias. Bessent acrescentou que “incentivamos nossos aliados a se unir a nós e a aderir a essas sanções”.
As sanções foram anunciadas um dia após o cancelamento da reunião entre Donald Trump e Vladimir Putin, que discutiria o fim da guerra da Ucrânia, que completa quatro anos em fevereiro. O governo americano alegou “falta de avanços concretos” e frustração com a postura do Kremlin nas negociações.
Mudança de postura e reunião frustrada
As novas sanções marcam uma mudança na postura de Donald Trump, que até então havia evitado medidas punitivas contra Moscou. Esta é a primeira rodada de sanções de seu segundo mandato relacionada à guerra na Ucrânia.
Trump tenta encerrar o conflito ucraniano, mas enfrenta resistência nas negociações. Após conversar com Putin na semana passada, o republicano havia confirmado uma cúpula em Budapeste, mas a Casa Branca anunciou o adiamento do encontro após conversas entre as diplomacias dos dois países.
“As datas ainda não foram definidas, mas é necessária uma preparação completa antes disso, e isso leva tempo”, afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov. Fontes do governo americano disseram à Reuters que a reunião não foi cancelada, apenas adiada, já que Washington está priorizando a próxima viagem de Trump à Ásia.
Enquanto isso, Moscou reiterou suas condições para um possível acordo de paz, incluindo a exigência de que a Ucrânia ceda o controle total da região de Donbas.
