VÍDEO – Em inglês, Maduro pede aos EUA que evitem uma “guerra insana”

Atualizado em 23 de outubro de 2025 às 23:42
Nicolás Maduro, presidente da Venezuela. Foto: reprodução

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu nesta quinta-feira (23) que não haja uma “guerra maluca” na América do Sul após as recentes ações militares dos Estados Unidos. O apelo foi feito em inglês durante um discurso transmitido pela TV estatal. “Yes peace, forever peace. No crazy war!”, disse o líder venezuelano, afirmando que o país “quer paz”.

Desde agosto, Washington enviou contratorpedeiros, caças F-35 e um submarino nuclear para o Caribe. Em setembro, as forças norte-americanas realizaram o primeiro de nove bombardeios contra embarcações que, segundo o governo Trump, transportavam drogas. O total de mortos chega a 37. Maduro classificou as operações como “ameaça e assédio” com objetivo de promover uma mudança de regime e controlar o petróleo venezuelano.

Em nova declaração, o presidente Donald Trump afirmou nesta quinta-feira que pretende realizar ações militares terrestres contra cartéis de drogas. Ele disse que não precisará de autorização do Congresso e confirmou que as ofensivas “irão continuar”. O Departamento de Guerra norte-americano alegou que o nono bombardeio, feito nesta semana, ocorreu no Pacífico e tinha como alvo traficantes.

A presença militar dos Estados Unidos no Caribe inclui destróieres com mísseis guiados e cerca de 6,5 mil soldados. Trump tem justificado os ataques como parte da “guerra contra as drogas”, dizendo que 300 mil pessoas morrem por ano no país em decorrência de substâncias ilícitas.

Especialistas da Organização das Nações Unidas criticaram a escalada militar. Em relatório divulgado na terça-feira (21), um grupo vinculado ao Conselho de Direitos Humanos afirmou que os bombardeios violam o direito internacional e configuram “execuções extrajudiciais”.

O grupo da ONU declarou ainda que os Estados Unidos desrespeitam a soberania da Venezuela e suas obrigações internacionais ao empregar força militar sem base legal em águas internacionais. Apesar das críticas, Trump manteve o tom firme e reafirmou que “a luta contra os cartéis não vai parar”.