Um bombardeio realizado pelos Estados Unidos no mar do Caribe matou seis pessoas nesta sexta (24), informou o secretário de Defesa, Pete Hegseth. Segundo ele, os alvos seriam “narcoterroristas” ligados à gangue Tren de Aragua.
Trata-se do 10º ataque dentro da campanha antidrogas ordenada pelo presidente Donald Trump desde setembro, ampliando a presença militar americana na região. Hegseth afirmou que a ofensiva ocorreu “em águas internacionais” e foi a primeira operação noturna da campanha.
“A embarcação, segundo nossa inteligência, estava envolvida no contrabando ilícito de narcóticos, transitava por uma rota conhecida de narcotráfico e transportava narcóticos. Seis narcoterroristas homens estavam a bordo da embarcação durante o ataque, que foi realizado em águas internacionais e foi o primeiro ataque à noite. Todos os seis terroristas foram mortos e nenhuma força americana foi ferida neste ataque”, declarou.
O governo Trump confirmou que o bombardeio foi conduzido por aeronaves das Forças Armadas, em uma área próxima à costa da Venezuela. O secretário classificou o episódio como “mais um passo essencial na proteção das fronteiras e no combate às organizações criminosas transnacionais”.
Overnight, at the direction of President Trump, the Department of War carried out a lethal kinetic strike on a vessel operated by Tren de Aragua (TdA), a Designated Terrorist Organization (DTO), trafficking narcotics in the Caribbean Sea.
The vessel was known by our… pic.twitter.com/lVlw0FLBv4
— Secretary of War Pete Hegseth (@SecWar) October 24, 2025
O governo de Nicolás Maduro vem denunciando o avanço militar estadunidense como uma provocação. Na quinta (23), ele pediu publicamente que Trump “não inicie uma guerra”, após rumores de que as operações poderiam ser usadas como pretexto para um ataque militar à Venezuela.
O governo americano nega essa intenção e sustenta que as ações se concentram no combate ao tráfico marítimo de drogas. De acordo com o Pentágono, as forças dos EUA realizaram até agora oito ataques no mar do Caribe e dois no Oceano Pacífico, próximo à costa norte da Colômbia.
Hegseth, que desde a reestruturação da pasta passou a ocupar o cargo de “secretário de Guerra”, afirmou que novas operações estão previstas nas próximas semanas. As ações no Caribe vêm sendo justificadas pelo governo Trump como parte de uma estratégia para impedir o transporte de entorpecentes aos Estados Unidos.
O Relatório Mundial sobre Drogas 2025 da ONU, no entanto, apontou que a maior parte das substâncias responsáveis por overdoses em território americano, como o fentanil, tem origem no México — o que levanta dúvidas sobre a real motivação das ofensivas no sul do continente.