Amorim destaca preocupação do país com falas de Trump e ações contra Venezuela

Atualizado em 24 de outubro de 2025 às 22:30
Celso Amorim, assessor internacional da Presidência. Foto: reprodução

O assessor especial para assuntos internacionais da Presidência, Celso Amorim, se manifestou contra os ataques dos EUA a embarcações na Venezuela e a ameaça de Donald Trump de realizar incursões terrestres. Amorim afirmou que o Brasil é veementemente contra o uso da força e intervenção externa na América do Sul. “O Brasil se preocupa muito com o uso da força na América do Sul, o que algo que não ocorre há quase 150 anos.”, disse à Bela Megale, do Globo.

“Na América Latina, em geral, é outra realidade geopolítica. Na América do Sul, o Brasil tem fronteira com dez países. E com Chile e Equador é como se quase tivesse, porque são muito próximos. Isso nos preocupa muito, muito mesmo. Agora, como o presidente Lula vai expressar isso para o presidente Trump, não sei”, continuou.

Desde o começo do ano, o governo de Trump tem designado cartéis como organizações terroristas, e recentemente promoveu ataques letais a embarcações no Caribe e no Pacífico, sem apresentar evidências claras sobre a acusação de narcoterrorismo. Até o momento, já foram mais de 10 ataques, resultando em cerca de 43 mortos.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com expressão pensativa e bandeira dos EUA ao fundo
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump – Reprodução

Em resposta, o presidente Lula, durante entrevista nesta sexta-feira (24), criticou a intervenção dos EUA em territórios de outros países, afirmando que seria mais eficaz se os EUA trabalhassem de forma conjunta com as autoridades locais. “É muito melhor os Estados Unidos se disporem a conversar com a polícia dos outros países, com o Ministério da Justiça dos outros países, para a gente fazer uma coisa conjunta.”, destacou Lula, reforçando que se cada país agir de forma isolada, soberania e respeito internacional serão comprometidos.

“Se a moda pega e cada um acha que pode invadir o território do outro para fazer o que quer, onde vai surgir a palavra respeitabilidade da soberania dos países? Eu preciso discutir esses assuntos com o presidente Trump, se ele colocar na mesa”, continuou.

Sofia Carnavalli
Sofia Carnavalli é jornalista formada pela Cásper Líbero e colaboradora do DCM desde 2024.