
O Palácio do Planalto confirmou neste sábado (25) que vai refazer o planejamento de hospedagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de sua comitiva durante a COP30, que será realizada em Belém (PA) entre os dias 10 e 21 de novembro. A decisão ocorreu após avaliação técnica apontar que o barco da Marinha, inicialmente oferecido para abrigar o presidente, não atende às especificações de segurança e conforto exigidas para a estadia.
Em nota, o governo afirmou que a Casa Civil está em busca de uma solução “adequada, segura e compatível com os parâmetros legais”, destacando que a escolha não envolverá opções luxuosas. O Planalto também informou que o contrato de hospedagem será assinado nos próximos dias, mas não detalhou se a nova alternativa será outra embarcação ou um imóvel em terra firme.
A medida vem em meio à crise de hospedagem em Belém, onde os preços de hotéis e imóveis dispararam com a aproximação do evento climático. Em setembro, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que o governo acionaria judicialmente estabelecimentos que cobrassem valores abusivos durante a conferência da ONU.
A polêmica ganhou força após reportagem da revista Veja afirmar que o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o empresário Carlos Suarez teriam articulado o uso de um iate de luxo para Lula e a primeira-dama, Janja da Silva. O Planalto negou a informação, dizendo que “o empresário citado ou suas acomodações não foram cogitados em nenhum momento”.

Durante uma visita a Belém em outubro, Lula defendeu que a COP30 seja uma conferência “da verdade, não do luxo”. O presidente afirmou que aceitou sediar o evento na Amazônia justamente para expor ao mundo os desafios ambientais e sociais da região, como pobreza, infraestrutura precária e desigualdade.
A COP30, que reunirá líderes mundiais para discutir metas climáticas, é considerada estratégica para o governo brasileiro, que pretende reforçar o papel do país como protagonista nas políticas de preservação da Amazônia e na transição energética global.