
O teatro bolsonarista em torno das relações entre Brasil e Estados Unidos chegou ao fim. Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo, que apostaram durante semanas na tese de um confronto inevitável entre Lula e Trump, viram sua narrativa ruir com o encontro entre os dois presidentes em Kuala Lumpur, na Malásia.
Enquanto o deputado e o empresário golpista insistiam que o “plano dos EUA” seria uma reunião dura liderada por Marco Rubio, o próprio Trump ironizou o secretário de Estado, dizendo que ele “não entende muito da parte econômica”.
Na prática, a diplomacia brasileira venceu. O encontro entre Lula e Trump, que durou 45 minutos, abriu caminho para uma negociação direta sobre tarifas e sanções impostas pelos EUA a autoridades brasileiras.
Lula afirmou que “as equipes vão se reunir imediatamente para buscar soluções para as tarifas e sanções”, e Trump, ao seu lado, disse estar “honrado em encontrar o presidente do Brasil” e que ambos fariam “bons acordos”. O chanceler Mauro Vieira confirmou que Trump ordenou o início das conversas ainda no domingo.
O desfecho sepulta a tese de que Trump explodiria pontes com o Brasil em nome de salvar Jair Bolsonaro. A versão vendida por Eduardo e Figueiredo nunca resistiu à realidade.
O discurso de que o presidente americano se alinharia incondicionalmente ao bolsonarismo era um sonho. O sonho acabou. Trump, pragmático e imprevisível, agiu conforme seus interesses estratégicos — e não como fiador da extrema direita brasileira.
A verdade é que o tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros mexeu com o agro dos dois países e recolocou o Brasil no radar da Casa Branca. A crescente tensão com a China também pesou.
Nesse novo contexto, o governo Lula conseguiu transformar um impasse em oportunidade, reposicionando o país como parceiro necessário. Lula está prestes a marcar um dos gols mais simbólicos de sua carreira: sepultar de vez o bolsonarismo como força relevante, deixando Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo como as figuras centrais de um velório político sem flores nem consolo.
TRUMP RECONHECE LULA COMO PRESIDENTE DO BRASIL E DISSE QUE ESTAMOS INDO MUITO BEM COM ELE… É GALERA, INFELIZMENTE É LULA REELEITO EM 2026. 🇧🇷🇱🇷😥pic.twitter.com/c8KvKq3jrd
— Josué Patriota 🇧🇷 (@JosuePatriota) October 26, 2025