
O brasileiro Iago Queiroz Costa, de 32 anos, deportado dos Estados Unidos na última quarta-feira (22), está desaparecido desde que fugiu de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em Vespasiano, na Grande Belo Horizonte. Segundo o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC), ele havia pedido para não manter contato com a família e apresentava sinais de surto psicótico e delírios, embora não representasse risco imediato para si ou para outras pessoas.
De acordo com o governo federal, Iago desembarcou no Aeroporto Internacional de Confins e foi acolhido por uma equipe multidisciplinar. No dia seguinte, após avaliação psicológica, foi encaminhado para atendimento médico em uma UPA por recomendação da Superintendência do Ministério da Saúde em Minas Gerais. A pasta informou que, na madrugada de sábado (25), o homem fugiu da unidade e o caso foi comunicado à Polícia Civil, ao Ministério Público e à Defensoria Pública do estado.
Em nota, o MDHC explicou que o contato com familiares de repatriados só é feito com consentimento explícito da pessoa, salvo quando há risco iminente de morte ou ameaça à integridade física de terceiros. “Os códigos de ética de profissionais da saúde reafirmam que a decisão sobre repasse de informações é de escolha do indivíduo”, informou o ministério.
A família de Iago, no entanto, contesta a versão. Parentes afirmam que ele chegou ao país em estado de fragilidade após permanecer 75 dias preso em cinco centros de detenção nos EUA, e que a equipe de acolhimento o deixou sem supervisão adequada. “Ele estava em surto e precisava de acompanhamento. Erraram ao deixá-lo sozinho”, disse uma tia em entrevista à TV Globo.

Nas redes sociais, familiares e amigos divulgam fotos e relatos em busca de informações sobre o paradeiro de Iago. Ele teria sido visto pela última vez no terminal de Confins, pouco após desembarcar do voo com deportados. O desaparecimento mobiliza forças de segurança e autoridades federais, que seguem realizando buscas na região metropolitana de Belo Horizonte.
O caso levanta preocupações sobre os protocolos de acolhimento de brasileiros deportados e a assistência prestada pelo governo a pessoas em vulnerabilidade psicológica. O Itamaraty e o MDHC informaram que trabalham em conjunto com órgãos estaduais e internacionais para tentar localizar o brasileiro e garantir a integridade dos demais repatriados.