Na Malásia, Lula anuncia fundo global para florestas com aporte inicial de US$ 1 bilhão

Atualizado em 26 de outubro de 2025 às 13:59
Lula, presidente do Brasil, em evento na Malásia. Foto: reprodução

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou neste sábado (26) a criação do Fundo Florestas Tropicais Para Sempre, uma iniciativa internacional que vai recompensar financeiramente os países que preservam suas florestas tropicais. O projeto será oficialmente lançado durante a COP30, que acontecerá em Belém (PA), em novembro.

Segundo Lula, o fundo será um modelo de investimento, e não de doação. “Os países que investirem nesse fundo terão parte dos rendimentos destinados à manutenção das florestas em pé nos territórios que ainda as conservam”, explicou o presidente, durante discurso na Cúpula da ASEAN, na Malásia. O Brasil será o primeiro país a contribuir, com um aporte inicial de US$ 1 bilhão.

O presidente afirmou que a iniciativa representa uma nova forma de financiamento climático, baseada na valorização econômica da preservação ambiental. Ele destacou que o fundo deve beneficiar especialmente nações da América do Sul, da África e do Sudeste Asiático, regiões que concentram as maiores áreas de floresta tropical do planeta, como a Amazônia, a Bacia do Congo e as florestas da Indonésia.

“Debaixo dessas florestas moram pessoas que precisam viver dignamente. É preciso financiamento para garantir que a proteção ambiental também gere desenvolvimento social”, afirmou Lula, convidando os países da ASEAN a aderirem à proposta e participarem da COP30, que ele classificou como um momento “definidor para o futuro do planeta”.

O Fundo Florestas Tropicais Para Sempre será coordenado pelo governo brasileiro com apoio de instituições financeiras multilaterais. A proposta prevê que os investimentos realizados pelos países participantes gerem rendimentos distribuídos proporcionalmente à preservação comprovada de florestas. O modelo é visto por analistas como uma tentativa de mudar a lógica da ajuda climática internacional, substituindo doações por investimentos sustentáveis.

Com a criação do fundo, o Brasil busca reafirmar seu papel de liderança nas negociações globais sobre meio ambiente e clima. A expectativa do governo é que o projeto atraia grandes aportes de países desenvolvidos e investidores privados até o início da COP30. “Não é doação, é investimento”, reforçou Lula, destacando o caráter inovador da iniciativa.