
Após o encontro entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump, realizado na Malásia neste domingo (26), o governo brasileiro avalia a possibilidade de uma nova reunião entre os presidentes em dezembro, desta vez em Washington, nos EUA. Assessores de Lula afirmam que há margem na agenda para uma viagem aos Estados Unidos antes do fim do ano. Com informações da CNN Brasil.
A ideia surgiu diante da resistência de Trump em participar da COP30, que ocorrerá em Belém, no Pará, em novembro. O republicano mantém discurso contrário ao aquecimento global e deve evitar eventos multilaterais sobre o tema.
O governo brasileiro vê dezembro como o momento ideal para avançar nas discussões sobre um possível acordo comercial entre os dois países. O plano incluiria, inicialmente, a suspensão de tarifas de 40% sobre produtos brasileiros exportados aos EUA. Em contrapartida, o Brasil avaliaria medidas de redução tributária para bens norte-americanos e incentivos à instalação de indústrias de metais raros em território nacional.
A expectativa é que emissários dos dois governos se reúnam nas próximas semanas para definir os termos do anúncio, que poderia ser formalizado durante a viagem de Lula. Segundo interlocutores do Planalto, tanto o presidente brasileiro quanto Trump demonstraram disposição em estreitar a cooperação econômica.
Durante a reunião em Kuala Lumpur, que durou cerca de uma hora, Lula se colocou à disposição para atuar como mediador em tensões envolvendo a Venezuela e mencionou as sanções aplicadas por Washington a autoridades brasileiras. Trump, por sua vez, demonstrou curiosidade sobre o período em que o petista ficou preso durante a Operação Lava Jato. O americano afirmou que o brasileiro foi “vítima de perseguição”.
Assessores de Lula ressaltam que o presidente busca manter uma relação diplomática equilibrada com os Estados Unidos, independentemente da administração no poder. O encontro previsto para dezembro marcaria o segundo diálogo direto entre Lula e Trump desde que o republicano retornou à Casa Branca.