
Após o encontro entre Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump na Malásia, diplomatas brasileiros e americanos iniciaram negociações para um possível acordo comercial e de investimentos. As conversas foram retomadas sem anúncio imediato de redução das tarifas aplicadas pelos Estados Unidos contra produtos brasileiros. Com informações do colunista Jamil Chade, no UOL.
Fontes próximas às tratativas afirmaram que o governo americano apresentou exigências específicas como condição para a suspensão do chamado “tarifaço”. Entre os pedidos estão a redução da tarifa de 18% sobre o etanol americano, maior acesso a minérios estratégicos brasileiros, incluindo terras raras, e garantias de investimentos de empresas nacionais nos EUA.
A Casa Branca também busca ampliar o acesso de companhias americanas a licitações públicas no Brasil, especialmente diante das negociações do acordo entre o Mercosul e a União Europeia. Essa seria uma tentativa de equilibrar vantagens competitivas concedidas a parceiros europeus.

Os EUA apontam o setor de etanol como prioridade. A medida atenderia produtores de milho afetados pela queda de exportações para a China, que, segundo dados oficiais, recuaram quase 40% entre junho de 2024 e junho de 2025. A Casa Branca avalia que o Brasil poderia representar um mercado alternativo relevante.
Outro ponto de interesse é o acesso americano a terras raras, minerais considerados essenciais para a indústria tecnológica. Trump teria sugerido um modelo semelhante ao acordo firmado entre EUA e Austrália, que prevê investimentos bilionários no setor de mineração e processamento.
Diplomatas brasileiros classificaram o diálogo entre Lula e Trump como positivo, mas reconheceram que a crise comercial ainda não foi solucionada. Representantes do setor privado manifestaram frustração com a ausência de um anúncio concreto, embora defendam a continuidade das negociações para reduzir as barreiras impostas pelos EUA.