
As negociações entre Brasil e Estados Unidos devem ter um desfecho em até dez dias, segundo fontes do governo e do setor empresarial que acompanharam o encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente norte-americano, Donald Trump, realizado no domingo (26) na Malásia. A expectativa é de que o acordo suspenda as sobretaxas de 40% aplicadas sobre produtos brasileiros, reacendendo o otimismo entre empresários do agronegócio. Com informações do Estadão.
De acordo com o ex-secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, os norte-americanos ainda priorizam a relação com países asiáticos. “A grande prioridade deles nesta viagem é primeiro a China, depois a Coreia do Sul”, disse Barral. Ele afirmou que, após compromissos com Coreia, Tailândia e Camboja, os EUA devem concentrar esforços no diálogo com o Brasil.
Um encontro entre Trump e o presidente da China, Xi Jinping, está previsto para quinta-feira (30), na Coreia do Sul. Analistas avaliam que o resultado dessa reunião pode influenciar diretamente as negociações entre Brasil, EUA e China. Entre os temas em discussão está a investigação chinesa sobre a importação de carne bovina, que pode impactar exportações brasileiras, norte-americanas e de outros países.

Barral acrescentou que a China aguarda a definição de um possível acordo com os Estados Unidos antes de decidir sobre medidas de salvaguarda. “Os chineses estão esperando para ver o que vai dar com esse acordo com os Estados Unidos”, afirmou o especialista, que representa associações envolvidas no processo de investigação sobre a carne bovina importada.
Empresários que integraram a comitiva brasileira disseram que o clima após as reuniões foi de entusiasmo. “O acordo deve sair no máximo em dez dias, liberando as tarifas”, afirmou um dos representantes. O interlocutor relatou ainda que Lula e Trump tiveram um segundo momento de conversas com suas equipes técnicas para alinhar próximos passos.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, informou nesta segunda-feira (27) que uma equipe de alto nível seguirá para Washington nos próximos dias para dar continuidade às negociações. Segundo ele, foi definido um cronograma de reuniões entre as equipes técnicas dos dois países para detalhar as etapas de um possível acordo comercial.