
O vocalista do Radiohead, Thom Yorke, declarou que “de forma alguma” voltaria a se apresentar em Israel, após as críticas que o grupo recebeu por ter feito um show em Tel Aviv em 2017.
A declaração foi dada ao jornal britânico The Sunday Times, em uma entrevista realizada antes do cessar-fogo entre Israel e o Hamas. “Eu não gostaria de estar a 8 mil quilômetros do regime de Netanyahu, mas Jonny tem raízes lá”, disse Yorke, referindo-se ao guitarrista Jonny Greenwood.
Greenwood respondeu ao jornal que discorda “educadamente” do colega. Segundo ele, boicotes podem reforçar o discurso do governo israelense de que o país é odiado e, por isso, deve agir como quiser — o que, em sua visão, seria ainda mais perigoso. “A única coisa de que me envergonho é de ter arrastado meus companheiros de banda para essa confusão. Mas não me arrependo de trabalhar com músicos árabes e judeus. Não posso pedir desculpas por isso”, afirmou.
O Radiohead foi alvo de protestos durante a turnê mundial “A Moon Shaped Pool” (2016–2018), quando o movimento BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções) pediu que a banda cancelasse a apresentação em Israel devido à ocupação da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental.
Before play song No. 27 in Tel Aviv, @thomyorke addresses earlier calls for @radiohead to boycott Israel and cancel concert performance. pic.twitter.com/EjDez6JSRc
— ➡ (@hypersem) July 20, 2017
No ano passado, Yorke deixou o palco em um show solo em Melbourne, na Austrália, após ser interrompido por um manifestante pró-Palestina.
O Radiohead se prepara agora para a primeira turnê em sete anos, com shows programados pela Europa em novembro e dezembro. Questionado se teme novos protestos, Yorke respondeu de forma irônica: “Você está brincando comigo?”. E completou: “Eles não ligam para a gente. Querem apenas algo dramático para postar no Instagram”.
Yorke também afirmou que Israel não deveria participar do Eurovision, embora tenha ironizado a própria opinião: “Mas eu também acho que o Eurovision não deveria existir. Então, o que eu sei?”.