
O deputado federal bolsonarista Nikolas Ferreira (PL-MG) decidiu ficar em silêncio sobre a reunião entre o presidente Lula e seu homólogo americano, Donald Trump. Ele, que costuma aproveitar qualquer oportunidade para atacar o governo, explicou por que se calou a aliados.
Segundo a coluna de Bela Megale no jornal O Globo, Nikolas disse a pessoas próximas que os governos do Brasil e dos EUA não estão sendo transparentes sobre o encontro e que cada lado está manipulando a narrativa do evento, o que o levou a optar por não se manifestar publicamente.
Nikolas não foi o único nome de peso do bolsonarismo a permanecer em silêncio. Governadores como Tarcísio de Freitas (SP), Romeu Zema (MG), Ratinho Júnior (PR) e Ronaldo Caiado (GO) também não se manifestaram sobre o encontro.
A ausência de reações públicas de figuras da extrema-direita expõe o fracasso do bolsonarismo nas redes. O encontro entre Lula e Trump, realizado no domingo (26) na Malásia, marcou um momento importante para as relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos, mas também uma derrota para o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados.

A foto em que Lula aperta a mão de Trump se tornou viral nas redes sociais, recebendo a maior quantidade de interações entre as publicações do presidente brasileiro. O episódio não gerou a mobilização intensa que se esperaria da extrema-direita digital, que normalmente reage com força a qualquer movimento envolvendo o governo.
A falta de uma narrativa unificada e o silêncio dos principais porta-vozes do bolsonarismo demonstraram uma desarticulação inédita dentro do campo. Enquanto Eduardo Bolsonaro (PL-SP) fez apenas três publicações sobre o tema, os irmãos Flávio (PL-RJ) e Carlos Bolsonaro (PL-RJ) se manifestaram uma única vez.
Diferente de outras ocasiões, não houve um esforço organizado para gerar engajamento massivo nas redes. Nenhuma hashtag relacionada ao encontro entre Lula e Trump apareceu nos trending topics, e o tema não viralizou. Embora a oposição tenha tentado usar o elogio a Bolsonaro como um contraponto à aproximação com Lula, a estratégia não teve o impacto esperado.