VÍDEO: Henrique Vieira enfrenta bolsonarista Bilynskyj em sessão sobre chacina no Rio

Atualizado em 28 de outubro de 2025 às 21:18
O Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ). Foto: Kayo Magalhães / Câmara dos Deputados

A Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados foi marcada, nesta terça-feira (28), por um intenso bate-boca entre o deputado Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) e o presidente do colegiado, Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP). O confronto ocorreu durante a fala de Vieira sobre a megaoperação policial no Rio de Janeiro, que deixou 64 mortos — entre eles, dois policiais — nos complexos do Alemão e da Penha.

Henrique Vieira pediu a palavra para questionar o modelo de segurança pública adotado pelo governo fluminense, afirmando que a política de confronto tem se mostrado ineficaz e letal. “Quero que a gente pense se amanhã o Comando Vermelho vai estar enfraquecido. Essa glorificação da letalidade, essa política operada há décadas no Rio de Janeiro, está dando certo?”, disse o parlamentar, antes de ter sua fala interrompida.

O deputado do PSOL reagiu ao ser interpelado por Bilynskyj: “Não dei direito a intervenção, se quiser, desce e debate comigo de forma honesta. Pelo menos hoje não está sendo covarde, se mantenha aí”, respondeu. O presidente da comissão reagiu com gritos e o acusou de “defender ladrão”, desligando seu microfone.

Após o corte de som, a sessão foi suspensa por cerca de dez minutos devido à confusão entre parlamentares da oposição e aliados bolsonaristas. Vieira tentou retomar a palavra, enquanto deputados do PL e partidos de direita protestavam contra suas declarações.

Nas redes sociais, a deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ), suplente de Henrique Vieira, classificou o episódio como “absurdo” e criticou a postura dos parlamentares bolsonaristas. “Essa é a lógica deles: silenciar quem pensa diferente e defender uma política de segurança pública que só enxuga sangue”, escreveu.

A operação que motivou o embate é a mais letal da história do Rio de Janeiro. Realizada sob o comando do governador Cláudio Castro (PL), a ação deixou dezenas de mortos e reacendeu o debate sobre a política de segurança baseada em confrontos nas favelas do estado.