Antes da COP30, Bill Gates cobra nova abordagem para enfrentar a crise climática

Atualizado em 29 de outubro de 2025 às 16:25
O investidor bilionário e filantropo Bill Gates. Foto: Bloomberg

O bilionário e filantropo Bill Gates defendeu uma mudança na estratégia global de combate à crise climática, pedindo que os países priorizem o fortalecimento da saúde e da resiliência em vez de se concentrarem apenas nas metas de redução de temperatura. A declaração foi feita em seu blog pessoal, a poucas semanas da COP 30, que ocorrerá de 10 a 21 de novembro em Belém (PA).

Para Gates, a meta de limitar o aquecimento global a menos de 2°C acima dos níveis pré-industriais, principal objetivo do Acordo de Paris, continua distante e não deve ser o único indicador de progresso. “Embora a mudança climática seja séria, ela não é o fim da civilização”, escreveu.

Ele argumenta que o mundo deve investir mais em infraestrutura, saúde pública e agricultura sustentável, especialmente em regiões vulneráveis aos impactos climáticos. Segundo o fundador da Microsoft, o foco das políticas climáticas precisa ser redirecionado para melhorar o bem-estar humano.

“Devemos construir resiliência por meio da saúde, da energia acessível e da prosperidade agrícola”, prosseguiu, destacando que essas medidas trariam benefícios mais equitativos do que simplesmente buscar uma meta de temperatura.

Totens de divulgação da Cop30, que ocorrerá em Belém. Imagem: Reprodução

Gates também pediu que governos e investidores revisem como os recursos climáticos são aplicados, garantindo que os financiamentos realmente gerem impacto. Ele defende o uso de dados e métricas claras para avaliar a eficácia dos programas e acelerar o apoio a tecnologias limpas de alto impacto, capazes de reduzir custos e ampliar o acesso a soluções sustentáveis.

O empresário lembrou que, apesar do aumento das catástrofes naturais, o número de mortes causadas por desastres caiu 90% no último século, graças a sistemas de alerta e infraestrutura mais robustos. “Hoje, as mortes anuais por desastres variam entre 40 mil e 50 mil, mas ainda podemos reduzir mais com prevenção e adaptação”, afirmou.

As declarações de Gates ecoam alertas recentes do secretário-geral da ONU, António Guterres, e da Organização Meteorológica Mundial (OMM), que pediram a implementação de sistemas de alerta para desastres em todos os países. Segundo a OMM, nos últimos 50 anos, eventos extremos ligados ao clima mataram mais de 2 milhões de pessoas, sendo 90% em nações em desenvolvimento.

O DCM e a Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), realizarão o  “Seminário Pós-COP30”, que ocorrerá três dias após o encerramento da conferência, em 24 de novembro na sede da instituição, na Rua General Jardim, 522, no bairro Vila Buarque, na capital paulista.

As inscrições para o evento podem ser feitas clicando aqui.

Caique Lima
Caique Lima, 27. Jornalista do DCM desde 2019 e amante de futebol.