
O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Victor Santos, afirmou nesta quarta-feira (29) que a operação nos complexos da Penha e do Alemão não conseguiu prender Edgar Alves Andrade, o Doca, identificado como liderança do Comando Vermelho. A chacina deixou 121 mortos, segundo o governo estadual. De acordo com Santos, o suspeito utiliza integrantes da facção como barreira para dificultar o avanço policial durante confrontos.
O governo oferece recompensa de R$ 100 mil por informações que levem à captura de Doca, que possui mais de 20 mandados de prisão relacionados a investigações de homicídios. Ele nasceu na Paraíba, foi criado na Vila Cruzeiro, e é considerado fugitivo do sistema carcerário. Moradores relataram que ainda há corpos em áreas de mata.
Em outubro de 2023, autoridades apontaram Doca como mandante da execução de três médicos e da tentativa de homicídio de um quarto profissional na Barra da Tijuca. As vítimas participavam de um congresso e foram confundidas com milicianos de Rio das Pedras. Segundo o governo estadual, 113 pessoas foram presas, incluindo residentes de outros estados.

Santos afirmou que a identidade de todas as vítimas ainda não está definida. Famílias deverão comparecer aos locais determinados para reconhecimento. Ele informou também que não é possível determinar quantos mortos ou presos estavam entre os mandados a serem cumpridos durante a ação.
Segundo o secretário da Polícia Civil, delegado Felipe Curi, houve registro de mortos em área de mata, e a perícia deve indicar relação entre os óbitos e a operação. Testemunhas relataram retirada de dezenas de corpos durante a madrugada, transportados por moradores até a Praça São Lucas, na Penha.
Santos declarou que o Ministério da Defesa negou o envio de blindados. Ele afirmou que a Polícia Federal foi comunicada sobre o planejamento da operação há mais de 60 dias devido à presença de possíveis alvos federais. Segundo o governo estadual, mandados de busca e apreensão foram cumpridos.