Por que a Argentina enviou militares para fronteira com o Brasil

Atualizado em 30 de outubro de 2025 às 16:18
Militares do Exército da Argentina durante desfile. Foto: Reprodução

O governo da Argentina determinou o envio de entre 150 e 200 militares para reforçar a fronteira com o Brasil, após a megaoperação policial no Rio de Janeiro que deixou mais de 120 mortos. A medida foi anunciada nesta quarta (30) pelo ministro da Defesa, Luis Petri, e coloca a região de Bernardo de Yrigoyen, na província de Misiones, em estado de alerta máximo.

O município faz divisa com as cidades brasileiras de Dionísio Cerqueira (SC) e Barracão (PR). De acordo com fontes do Ministério da Defesa argentino, a decisão visa aumentar a vigilância para evitar uma possível fuga de integrantes do Comando Vermelho ou de facções associadas após a ofensiva policial no Rio.

O governo de Javier Milei ordenou o reforço dos controles na fronteira seca e afirmou que as forças armadas farão reconhecimento permanente da região. As tropas destacadas para Bernardo de Yrigoyen pertencem a unidades especializadas em operações de montanha, treinadas para atuar em terrenos acidentados e em áreas de fronteira.

Segundo a CNN Argentina, os militares já iniciaram trabalhos de mapeamento e reconhecimento do território, com apoio logístico de quartéis da província. O contingente contará com equipamentos de última geração, incluindo novos sistemas de comunicação, radares de vigilância, drones e dois helicópteros.

Os presidentes da Argentina, Javier Milei, e do Brasil, Lula. Foto: Ricardo Stuckert/PR

As aeronaves farão voos regulares de patrulhamento, enquanto as equipes terrestres intensificarão o monitoramento das rotas usadas para contrabando e tráfico na região. Ainda segundo o governo argentino, a operação é preventiva e coordenada com as forças de segurança federais e provinciais.

A intenção é criar uma barreira de contenção que impeça a entrada de criminosos em fuga e fortaleça o controle sobre atividades ilegais transfronteiriças.

Os militares deslocados para Misiones partirão de Salta, província que faz fronteira com a Bolívia, onde as forças argentinas já mantêm presença constante contra o tráfico de drogas e o contrabando. A região continuará vigiada por unidades locais, para não comprometer o policiamento no norte do país.

Caique Lima
Caique Lima, 27. Jornalista do DCM desde 2019 e amante de futebol.