Lewandowski envia peritos “especializados em DNA” ao Rio após massacre

Atualizado em 30 de outubro de 2025 às 17:42
O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, anunciou nesta quinta (30) o envio de 20 peritos da Polícia Federal ao Rio de Janeiro para auxiliar nas investigações da operação que deixou mais de 120 mortos nos complexos do Alemão e da Penha. Segundo ele, os profissionais são “especializados em DNA” e atuarão em análises de genética forense, identificação de corpos e balística. Lewandowski também afirmou que enviará o Projeto de Lei Antifacção ao Congresso nos próximos dias.

O envio das equipes é uma das primeiras medidas do novo “escritório emergencial de enfrentamento ao crime organizado”, criado em conjunto com o governador do Rio, Cláudio Castro (PL). O grupo será coordenado pelo secretário de Segurança Pública fluminense, Victor Santos, e pelo secretário Nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubbo.

De acordo com Lewandowski, os peritos da PF apoiarão as forças estaduais na coleta de evidências em locais de crime, na realização de exames de balística e na identificação de vítimas e suspeitos. “Os peritos federais atuarão lado a lado com as equipes locais, garantindo o máximo de rigor técnico e transparência nas investigações”, afirmou o ministro.

Durante entrevista à GloboNews, Lewandowski também anunciou que pretende acelerar o envio do projeto de lei Antifacção à Casa Civil.

“Vamos enviar nos próximos dias, espero eu, o nosso projeto de lei Antifacção, que é uma proposta bastante sofisticada e vai atacar de frente, do ponto de vista legal, as facções criminosas, criando a figura da organização criminosa qualificada, dando instrumentos para descapitalizar as organizações criminosas”, disse.

Corpos de homens que morreram durante operação no Rio de Janeiro. Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress

O projeto prevê penas de até 30 anos de prisão para líderes de facções e a criação do Banco Nacional de Facções Criminosas, um sistema integrado de informações sobre integrantes de grupos organizados. Após aprovação pela Casa Civil, o texto seguirá para o Congresso Nacional.

Lewandowski destacou que o crime organizado deve ser tratado como um problema global. “Não há bala de prata para acabar com o crime organizado. Tenho dito que não é mais um fenômeno local, nem mesmo nacional, é global. Existem já propostas em que se cria agências junto à ONU para combater esse fenômeno”, afirmou.

O ministro também elogiou o projeto do senador Sergio Moro (União Brasil-PR), sancionado nesta quinta pelo presidente Lula. A nova lei criminaliza a obstrução e a conspiração para atrapalhar investigações contra o crime organizado. “É um avanço importante”, disse Lewandowski, lembrando que as penas previstas variam de 4 a 12 anos de prisão, além de multa.

Caique Lima
Caique Lima, 27. Jornalista do DCM desde 2019 e amante de futebol.