
A megaoperação policial realizada nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, dividiu opiniões nas redes sociais. Um levantamento da empresa de tecnologia e inteligência de dados Timelens, divulgado nesta quarta-feira (29), identificou 289.034 menções à operação entre terça (28) e quarta-feira.
Segundo o estudo, 62% dos usuários se manifestaram a favor da ação, enquanto 32% criticaram duramente, classificando-a como uma “chacina”. Outros 6% expressaram medo, incerteza ou mantiveram posição neutra. A análise considerou postagens no X, Facebook, Instagram, YouTube e TikTok.
A operação, comandada pelo governo de Cláudio Castro (PL), deixou 121 mortos, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro, tornando-se a mais letal da história do país envolvendo forças policiais.
Apoio à chacina de Castro
Entre os perfis favoráveis à ação, o tom predominante foi de apoio à atuação da polícia e de defesa do endurecimento contra o crime organizado. Muitos usuários classificaram a operação como uma “faxina histórica” e compartilharam mensagens elogiando o governador Cláudio Castro.
Diversas publicações reproduziram a fala de Castro de que a operação teve “apenas quatro vítimas”, em referência aos policiais mortos em confronto. As manifestações positivas vieram principalmente de páginas e perfis alinhados à direita e de grupos que defendem as forças de segurança pública.
Críticas e acusações de abuso
No campo oposto, 32% das postagens chamaram a ação de “chacina”, responsabilizando o governo estadual pelo número elevado de mortes. Críticos afirmaram que houve execuções, mortes de inocentes e uso desproporcional da força nas comunidades.
Alguns usuários disseram que a operação teve caráter de “extermínio da população periférica” e reacenderam o debate sobre racismo estrutural e desigualdade social no contexto da segurança pública.
A maior chacina da história do Brasil neste século pic.twitter.com/DgxltauNdz
— Blog do Noblat (@BlogdoNoblat) October 29, 2025
Comparações com zonas de guerra
Entre os 6% de comentários neutros ou de tom alarmista, muitos compararam a situação do Rio de Janeiro a zonas de guerra, como a Faixa de Gaza, descrevendo a capital fluminense como uma cidade sitiada e em colapso de segurança.