Maioria dos brasileiros e moradores de favela aprovam massacre no Rio, diz pesquisa

Atualizado em 31 de outubro de 2025 às 13:56
Policiais em frente a barricada na Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha. Foto: Fabiano Rocha/Agência O Globo

Pesquisa AtlasIntel realizada nos últimos dias que será divulgada nesta sexta (31) revela que a maioria dos brasileiros apoia a megaoperação policial realizada nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, que resultou em massacre. Segundo o levantamento, 55% da população nacional e 62% dos cariocas aprovam a ação.

Maioria dos brasileiros e cariocas aprova massacre no Rio de Janeiro. Foto: Reprodução

Os números foram divulgados por Andrei Roman, CEO da AtlasIntel, no X. De acordo com o levantamento, entre os moradores de favelas, o apoio à operação é expressivamente maior: 81% em nível nacional e 88% nas favelas do Rio de Janeiro.

Operação também tem apoio de moradores de favela no Rio de Janeiro e no Brasil. Foto: Reprodução

A pesquisa mostra ainda que 53% dos brasileiros e 62% dos cariocas consideram o nível de violência empregado pela polícia “adequado”.

Nível de violência empregado por policiais em massacre gera divisão maior. Foto: Reprodução

Além disso, 56% dos entrevistados em todo o país e 62% dos moradores do Rio afirmaram ser favoráveis à realização de novas operações semelhantes.

Maioria também aprova novas operações do tipo. Foto: Reprodução

Apesar do apoio majoritário, 60% dos brasileiros e 46% dos cariocas acreditam que a ação teve também motivações políticas. Para essa parcela, o governo estadual buscou capitalizar a operação como demonstração de força, especialmente após críticas à segurança pública.

Para a maioria dos brasileiros, objetivo da operação foi obter “ganho político”. Foto: Reprodução

O balanço oficial da operação foi divulgado pela Secretaria de Polícia Civil do Rio. Entre os mortos, 99 foram identificados, e 78 deles tinham anotações criminais por homicídio, tráfico ou organização criminosa, e 40 vieram de outros estados, segundo o secretário Felipe Curi.

Ao todo, 113 pessoas foram presas, incluindo 10 adolescentes; 33 dos detidos são de fora do Rio e 54 têm antecedentes criminais. A polícia afirma que todos tiveram prisão preventiva decretada em audiência de custódia.

O principal alvo, o traficante Edgar Alves de Andrade, o Doca, conseguiu escapar e é considerado o líder mais poderoso do Comando Vermelho em liberdade. A operação mobilizou 2.500 agentes e teve como foco desarticular a facção e cumprir cerca de 250 mandados.

Caique Lima
Caique Lima, 27. Jornalista do DCM desde 2019 e amante de futebol.